Jorge Neves deixou um novo comentário na sua mensagem "EDITORIAL: VER MUITO PARA ALÉM DA NUVEM":
Amigo Luís como sabe fui mandatário concelhio de Fernando Nobre e fiz umas horitas de campanha de rua com ele. Ouvi e participei em conversas que não foram públicas e por isso não são para aqui chamadas.
Posso lhe garantir que muitas das frases e ataques que Nobre lançou foram contra as politicas de direita e contra o candidato apoiado pelo PSD. Na altura, uma das bandeiras de Nobre é que nunca se misturaria com esta gentinha actual da política.
Posso lhe garantir que muitas das frases e ataques que Nobre lançou foram contra as politicas de direita e contra o candidato apoiado pelo PSD. Na altura, uma das bandeiras de Nobre é que nunca se misturaria com esta gentinha actual da política.
Afinal não passou de um bom actor e já tenho sérias dúvidas se foi lançado para as presidenciais pelo Mário Soares, como se diz, ou se foi lançado pelo PSD para tirar votos aos partidos de esquerda. Também sou independente, mas não se pode confundir política local com a nacional. Como tenho a mania de pensar uns anitos à frente, quase que aposto que este convite do PSD a Nobre tem por finalidade dar-lhe traquejo político para daqui a 4 anos ser o candidato do PSD às presidenciais no lugar de Cavaco.
Mais resumidamente, NOBRE fartou-se de tratar mal a direita e o PSD na última campanha presidencial e, agora aquele, acabou por lhes mostrar o rabo.
É natural que quem o apoiou e lhe deu o voto se sinta traído.
Mais resumidamente, NOBRE fartou-se de tratar mal a direita e o PSD na última campanha presidencial e, agora aquele, acabou por lhes mostrar o rabo.
É natural que quem o apoiou e lhe deu o voto se sinta traído.
Jorge Neves deixou um novo comentário na sua mensagem "EDITORIAL: VER MUITO PARA ALÉM DA NUVEM":
2 de Abril de 2011, via Facebook de Fernando Nobre:
«Quanto a dar um qualquer sentido de voto: nunca o farei.
Respeito-vos demais para cometer tal erro. O voto é só vosso.»
13 de Março de 2011 via Facebook de Fernando Nobre:
«Sei o que vou fazer em matéria de civismo e de cidadania activos, em suplemento à minha acção humanitária de décadas, e a esse respeito já tomei a devida providência institucional. Repito: em Maio, terminada como espero a apresentação e o pagamento das contas da minha candidatura, tornarei pública a decisão que, repito, já tomei. Ela exclui em definitivo, como já deixei bem claro, a formação de um partido político assim como a aceitação de qualquer cargo de nomeação politico-partidária.
Até lá apoiarei todas as iniciativas cívicas desde que se enquadrem numa inequívoca independência partidária,..."
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NOTA DO EDITOR:
Começo por lhe dizer, Jorge, que respeito a sua opinião. É lógico e evidente que terá de ser assim.
A seguir digo-lhe que me parece haver aqui, nesta decisão de António Nobre, por parte dos seus anteriores apoiantes uma certa diabolização, quase revanche, por ele ter optado pelo PSD. Acho que se o presidente da AMI tivesse optado por um partido de esquerda já não haveria tanta celeuma. A meu ver, é como se a esquerda, enquanto ideologia, fosse o caminho que conduz ao paraíso e a direita a senda da perdição infernal. Ora, embora não se admita, há muito se viu que as duas doutrinas são cambiantes da mesma moeda. Socialismo e capitalismo serão sempre indissociáveis. Poderemos até dizer que o primeiro será o contrapoder do segundo. Talvez a face mais humana, mais sensível, da mesma moeda. Uma coisa se poderá ter a certeza, são irmãos siameses. Um nunca poderá viver sem o outro. Quando se separam, o fim, a médio prazo, é anunciado. Este sistema que vivemos é bipolar. O problema é quando uma das faces, em desequilíbrio total, tenta engolir a outra. Mas tudo, mas tudo, até a começar em nós, é ambíguo e bipolar. E aqui já talvez se possa tentar compreender a opção de Nobre a favor das listas do PSD.
A coerência, tal como muita coisa nesta vida, é um cliché. Invoca-se quando dá jeito. Todos somos incoerentes. A sermos coerentes de facto, sê-lo-emos apenas no momento presente da acção. Passados minutos, dias, meses, anos, o que defendemos anteriormente é colocado completamente de lado. Por muito que escamoteemos esta questão, aqui, somos todos iguais. E porquê? Haverá várias respostas, mas a mudança do homem, perante o defendido anteriormente, assenta na dinâmica do meio em que se insere. Ora o homem contemporâneo é um ser enérgico e mutante –sobretudo a partir do Renascimento e com maior incidência no iluminismo-, em contraposição, penso, com o homem contemplativo da Idade Média, logo, terá de estar sempre a mudar de posição perante os acontecimentos que o rodeiam e o submergem.
Continuo a achar que, perante a errância dos outros, somos demasiadamente exigentes e habitualmente injustos. Já quando somos nós a fazer o mesmo somos magnânimos.
Por outro lado, e curiosamente talvez numa certa bipolaridade, também numa certa tradição, passámos a exigir aos líderes religiosos uma conduta baseada na flexibilidade, na ambiguidade de carácter para cada caso um caso.
Já para os líderes políticos passamos a vida a queixarmo-nos da sua falta de diálogo, da sua inflexibilidade, da sua segurança na afirmação, a que chamamos arrogância –veja-se a patente hostilidade contra a maneira de ser do actual Primeiro-ministro. Mas quando aparece um líder muito mais dialogante –como este caso de Nobre, ou até de Guterres quando chefiou um governo em 1995-, mais sensível à mudança, ostracizamo-lo até ao infinito, porque não nos identificamos com esta maneira de ser. Afinal queremos o quê? E o mais preocupante é que, ao longo da história recente, em todos os grandes dirigentes que constatamos esses valores de grande coerência foram os maiores ditadores. Alguns deles com grandes custos para a humanidade. Só para lembrar alguns: Lenine, Estaline, Hitler, Mussolini, Franco, etc.
1 comentário:
Fernando Nobre encerra página do facebook
11 de Abril de 2011, 16:51
O médico e político, Fernando Nobre, fechou a sua página no Facebook após ter sido duramente criticado pelos utilizadores da rede social. Na base dos comentários ofensivos está o facto de Nobre ter aceite a proposta do PSD para ser cabeça de lista por Lisboa.
Alguns confessaram sentir-se traídos, outros optaram pela ofensa. “Vira-casacas”, “oportunista” e “mentiroso” foram apenas alguns dos comentários publicados no mural do fundador da AMI. Entre os revoltados com a decisão de Nobre, há quem faça o esforço do contraditório e defenda o ex-candidato à presidência da República.
Curiosamente foi através de esta rede social que se soube em primeira mão que Fernando Nobre tinha aceite o convite do Líder do PSD, Passos Coelho. Além de cabeça de lista por Lisboa para estas legislativas, Nobre é também o candidato do PSD para suceder a Jaime Gama enquanto presidente da Assembleia da República.
@SAPO
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