O PAÍS DO TÉDIO

(IMAGEM DA WEB)

  Nos últimos tempos o país está transformado numa pasmaceira. Por aqui não se passa nada. Isto é um tédio completo. Fala-se sempre da mesma coisa. É o Euro para aqui, os mercados para acolá. É a dívida pública dali e os compradores do outro lado. É a oposição a apelar ao santo FMI que nos venha castigar para depois aparecer como salvadora. São os candidatos presidenciais a digladiarem-se de uma forma tão suave que até parece uma troca de galhardetes entre Paulo Portas e Bernardino Soares no plenário da Assembleia da República. É o discurso do governador do Banco de Portugal sobre a economia e o anti-discurso da vice. É o Governo, pela boca do Primeiro-Ministro a proclamar o eterno retorno ao optimismo e, a seguir, o Ministro das Finanças a fazer resvalar-nos para o abismo do pessimismo.

Já nem o Mourinho, ao ser o melhor do mundo, levanta o ânimo. Isto já não é o país do fado é o país da…fo…lga. Anda tudo no deixa-correr que as águas vão ter ao mar.

Mas eis que perante um marasmo de modorra patológico nacional, finalmente, surge uma notícia importantíssima para a Nação: a Maya, a grande astróloga, vai fazer um implante mamário e vai aumentar as mamocas. Certamente o senhor leitor não está bem a ver o lado económico e extraordinário da notícia. Isto é fenomenal. Isto é mais importante que descobrirem um novo planeta, sei lá, ou um outro Sócrates, para além do filósofo da Antiguidade.  

Esta informação, para os portugueses, pode ser a salvação do pagamento da dívida externa. Nunca mais iremos precisar de campanhas turísticas internacionais. Esta mulher, de mamas silicónicas e duras, passará a ser a nossa embaixatriz na "estranja". 
Por exemplo, imaginemos que, depois da Maya aumentar os seios, Portugal começa a vender a sua imagem em postais ilustrados com as mamas desta mulher de fama mais erectas que o “Empire Staite Building” para o estrangeiro? Está de ver que todas as mulheres do mundo inteiro querem ter umas mamas iguais às da Maya. Até já estou a ver no Sudão, agora que andam por lá entretidos com uma votação para a secessão do país, as mulheres sudanesas, com os peitos todos caídos, a interromperem o acto e, de braço no ar a gritarem: “queremos umas mamas como a Maya!”