sexta-feira, 27 de novembro de 2009

UMA NOMEAÇÃO CONSENSUAL...





  Na quarta-feira, dia 25 de Novembro, a Assembleia Municipal reuniu e foram nomeados vários representantes desta congregação em várias Comissões, Conselhos, Assembleia Distrital e no Congresso da Associação Nacional dos Municípios Portugueses.
 Vou apenas debruçar-me sobre um mandatário que foi eleito por unanimidade por todas as bancadas e que conheço bem. No caso, é Carlos Clemente, presidente da Junta de Freguesia de São Bartolomeu, que foi escolhido para a Comissão Municipal de Licenciamento Comercial.
  Tenho a certeza que é o edil mais indicado para assumir esta responsabilidade –que não se pense ser pêra doce, mas mais à frente vou falar um pouco deste berbicacho. É um homem que conhece muito bem o tecido comercial da Baixa e até, presumivelmente da Alta da cidade. É uma pessoa confiável e interventiva, que, se se sentir ofendido, se preciso for, parte os pratos à frente do anfitrião. Não precisa do ordenado da política para viver, o que, no caso actual, o torna uma raridade. É um político de diálogo que, quanto a mim, se pode travar uma conversa franca. Não tem a mania que é “doutor”; tem a noção exacta de que para se assumir um cargo nem sempre é o estatuto que marca a diferença. O que conta é o interesse em defesa da causa social (ou desinteresse perante o que mais lhe toca na sua conveniência) e pouco conta o canudo. Talvez por isso a política esteja cada vez mais a caminhar para a sanita, exactamente, por que os eleitores habituaram-se a um embrulho cujo conteúdo vem a revelar-se mais tarde uma fraude. Poderia dar exemplos, mas, para aqui é completamente despiciendo. Andando que se faz tarde.
 E porque disse eu que o licenciamento é um “berbicacho”? Simplesmente porque os centros históricos, no caso de Coimbra, como a maioria das lojas são centenárias, estas, não possuem licença de utilização. Nesse caso, basta requerê-la, pensa você, leitor. Pois! Acontece que não é assim. As novas regras comerciais exigem determinados parâmetros que estes estabelecimentos de antanho não possuem. Por exemplo, muitas delas não têm casa-de-banho, premissa essencial para obter o documento. Outras não têm “pé-direito” (altura) conforme a lei exige, que é de 3 metros, etc. Já viu, então o quero dizer? É preciso haver bom senso e pessoas à frente deste cargo com ponderação, sensibilidade e responsabilidade. A cada estabelecimento corresponde uma família que ali ganha o seu pão diário. Ora, a ser assim, como justiceiro cego, com espada de Dâmocles em riste, não pode chegar ali e encerra-se pura e simplesmente um qualquer ponto de venda. São necessárias muitas cautelas e caldos de galinha. Tem, obrigatoriamente, de se atender, para além do aspecto social, ao lado histórico dos estabelecimentos que compõem os centros urbanos.
 É por tudo isto que acredito que Carlos Clemente é o homem certo no lugar indicado.

2 comentários:

Nuno disse...

O que eu acho é que a legislação portuguesa tem absurdos demais que colocam em causa muita coisa. Os exemplos que refere demonstram isso mesmo. Como é que é possível manter um estabelecimento aberto há dezenas de anos, se ele não tem sequer espaço para ter 4 (quatro) casas de banho (duas para os clientes mais duas para os funcionários)?! Abre-se um estabelecimento de casas de banho? Monta-se um negócio de casas de banho públicas? Por que raio, pergunto eu, não podem os funcionários partilhar as casas de banho dos clientes?!

Tenho ainda conhecimento de um estabelecimento da baixa que está, actualmente, a ter problemas por situações que já existem há décadas (para não dizer que desde sempre existiram) e que agora estão a ser postas em causa!!! Simplesmente ridículo.

Abraço,
Nuno.

jorge neves disse...

Tambem acho que é a pessoa certa no lugar certo