(Claro que é conservador! Reparem na mãozinha do lado direito: levantou-a do braço da menina, não fosse criar más interpretações)
Já aqui escrevi sobre este assunto. Tudo indica que eu sou igualzinho aos manifestantes do “Manifesto anti-silêncio na Câmara de Coimbra”. Ou seja, nem eu nem eles têm que fazer. Cá por mim falo, em vez de me preocupar com coisas verdadeiramente importantes ponho-me, para aqui, em bicos de pés à espera que alguém me ligue. É evidente que por mais que eu estrebuche ninguém dá por mim. O que eu quero verdadeiramente é dar nas vistas. Pouco me importa se o que defendo é lógico, coerente, ou outra coisa qualquer. Eu quero é dar nas vistas. Mais nada! Ora, quanto à minha duvidosa pessoa, estou em crer que os indivíduos que colocaram este manifesto “anti-Dantas” a circular, aliás, desculpem que me enganei, “Manifesto Anti-silêncio na Câmara de Coimbra, tal como eu, partilham das mesmas necessidades: não têm nada de mais importante para fazer.
Mas chegará eu dizer isto? Será que eles não terão alguma razão? Pensando melhor…se calhar…vamos mas é analisar isto, que eles, os mentores do manifesto, têm de ser melhores do que eu…o que também não é preciso muito, convenhamos.
Ora vamos lá então, comecemos pelo título: Manifesto anti…! Lembra logo o panfleto do Almada Negreiros contra o Júlio Dantas –vejam bem o que eu sei…modéstia à parte, eu sou muito culto. Isto é genético e hereditário, já os meus bisavós eram assim.
Continuando, como todos sabemos –alguns- o Almada –que era um tipo porreiro, todo “prafrentex”, mas com um feitio desgraçado- publicou na Revista Orpheu, em 1915, um folheto satírico contra o Júlio Dantas –que também era um gajo "bué de fixe" mas um bocado para o conservador, retrógrado, virado para o passado, assim a parecer-se com o meu bisavô, estão a ver?
Sendo assim, já podemos atingir onde querem chegar os manifestantes do manifesto (passando a redundância). Eles estão a chamar caturra ao Encarnação. E o problema é que, pensando melhor e contrariando o que disse atrás, acho que eles têm mesmo razão. O Carlos, presidente da autarquia, que por acaso nem é meu amigo e não vai à bola comigo (porque eu não gosto de futebol, obviamente), é mesmo conservador. Vamos ver: mora na Rua das Fangas –é intencional não nomear a denominação actual da rua, se não vocês, aproveitadores, não largavam a porta do homem- há mais de um século. Todos os dias percorre o mesmo caminho, a pé –sempre pelo mesmo lado do passeio-, até à Câmara. Está casado com a mesma mulher –a doutora Filomena, vamos lá a deixar de brincadeiras- há cerca de 40 anos. Usa o mesmo corte de cabelo, sempre com o risco do mesmo lado (veja a foto) desde que acabou a licenciatura na Faculdade de Direito há quase cem anos. Usa o mesmo tipo de óculos –igual ao meu avô- desde a 2ª Grande Guerra. Ora, acho que está mais que provado que os manifestantes do manifesto têm razão. E mais, até me esqueci deste pormenor essencial, vejam outra vez a foto, raramente ri, mas quando o faz utiliza sempre o mesmo sorriso. É ou não é de um conservador? Pois é!
3 comentários:
Rua das Fangas: depois da porta principal do burgo sebenteiro, para quem não quer quebrar, ir subindo...
Bom dia Srº Luis, caso queira, agradeçia que me disse-se qual o seu endereço de e-mail para lhe poder enviar uns artigos de opinião que tenho escrito e continuam a ser censurados pelos jornais locais, embora não saiba o porquê.
jorge neves
jmfncriativo@gmail.com
Um abraço
Bom dia Jorge. Para si e para quem quiser utilizar este espaço, o meu e-mail é: choupalapa@sapo.pt
Abraço e obrigado.
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