quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O JUMENTO DO DIA

(MARINHO E PINTO, BASTONÁRIO DA ORDEM DOS ADVOGADOS)

Fazendo um Deve e Haver, um acerto de contas entre todas as frases mais polémicas de Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos advogados, confesso claramente que o “Haver” pesa muito mais. É um homem com coragem, disso, penso, ninguém duvida. Além de mais, afirma publicamente o que a maioria pensa mas não diz. O problema é a facilidade com que ele dispara “generalidades” sem depois provar.
Certamente haverá quem diga que, no lugar que ocupa, tem todo o direito de dizer o que pensa. Outros dizem que não, e que exagera. Apesar de ter alguma dificuldade em pender para um dos lados, acabo, ligeiramente, só ligeiramente, como fiel de balança, a inclinar-me para esta segunda hipótese.
Agora a polémica está instalada em recentes declarações à TSF, em que o Bastonário afirmou que “os polícias vão aos escritórios de advogados, sem que haja qualquer suspeita sobre eles, unicamente para recolher elementos que possam interessar a algumas investigações, o que constitui uma prática própria de estados terroristas”.
Em resposta, o DCIAP, Departamento Central de Investigação e de Acção Penal, garante que houve mesmo mandado emitido por um juiz.
Mesmo apreciando Marinho Pinto, penso que extrapola o lugar para que foi eleito, e, por tanto disparar antibióticos, as forças a quem se destinam, naturalmente desenvolvem anticorpos e acabam por não serem molestadas minimamente.

Já agora, a talhe de foice, deixo as dez frases mais polémicas de Marinho Pinto publicadas pelo JN:

“Há pessoas que ocupam cargos de relevo no Estado português que cometem crimes impunemente”
DN, 27 de Janeiro de 2008

“Um dos locais onde se violam mais os direitos dos cidadãos em Portugal, é nos tribunais”
SIC Notícias, 27 de Junho de 2008

“98% dos polícias à noite estão nas suas casas. É preciso haver polícias na rua à noite fardados”
PÚBLICO, 27 de Junho de 2008

“Há centenas ou milhares de pessoas presas (em Portugal) por terem sido mal defendidas”
PÚBLICO, 27 de Junho de 2008

“Vale tudo, seja quem for que lá esteja, desde magistrados a outros juristas, não se pode falar em justiça desportiva, mas em prevalência manifesta de interesses e de poderes”
RTP, 8 de Julho de 2008

“Eu não discuto com sindicatos. Os sindicatos querem é mais dinheiro e menos trabalho”
RTP, 10 de Julho de 2008

“Alguns magistrados pautam-se nos tribunais portugueses como os agentes da PIDE se comportavam nos últimos tempos do Estado Novo”
RTP, 10 de Julho de 2008

“Estão-se a descobrir podres que eram inimagináveis há meia dúzia de meses. E não é por efeito da crise. É por efeito da lógica do próprio sistema. Parece que o sistema financeiro só funciona com um pé do lado de lá da legalidade”
JN, 28 de Dezembro de 2008

“Uma senhora que furtou um pó de arroz num supermercado foi detida e julgada. Furtar ou desviar centenas de milhões de euros de um banco ainda se vai ver se é crime”
JN, 28 de Dezembro de 2008

“Pelos vistos nenhum banco pode ir à falência”
PÚBLICO, 30 de Dezembro de 2008

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