segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

ABSURDOS E INCOERÊNCIAS DOS DITOS TEMPOS MODERNOS





A notícia começa assim: “Câmara de Porto de Mós oferece pistolas de plástico às crianças do concelho como prenda de Natal”.
Continuando a citar o Jornal Público de ontem, “A oferta de pistolas de plástico para prática de tiro ao alvo a alguns alunos do 1º ciclo do concelho de Porto de Mós, Leiria, deixou indignados alguns encarregados de educação. A situação foi denunciada recentemente por elementos da oposição. (…) As pistolas em causa foram oferecidas após um espectáculo de circo financiado pela câmara, que decorreu no passado dia 4 de Dezembro, juntamente com outros brinquedos distribuídos pelas crianças. Artigos que tinham sido oferecidos por uma empresa falida à autarquia, que optou assim por poupar a verba que tinha investido em anos anteriores com a aquisição de brinquedos”.
Continuando a transcrever a notícia do Público, “O psicólogo clínico Manuel Coutinho desdramatiza a situação. “Não devemos extremar posições. Este tipo de brinquedos não é o ideal, mas não é daí que vem o mal ao mundo. Há coisas muito mais graves que as crianças vêem diariamente”, afirma, em alusão a jogos electrónicos que envolvem casos de violência”.
Vamos começar pelos encarregados de educação, pais dos alunos. Antes de mais era bom que alguém ensinasse estes educadores –até que ponto estarão preparados para o ser?, é uma questão que fica no ar- que a “cavalo dado não se olha o dente”, e, além de mais, é indelicado dizer-se mal das prendas recebidas. Depois passemos aos elementos da oposição que denunciaram estas ofertas: dá que pensar até que ponto vai o oportunismo partidário. Para esta gente, em vez de fazerem oposição responsável, mostram o ridículo da sua falta de senso. Pergunta-se: se estivessem no executivo não aceitavam os brinquedos e gastavam o dinheiro dos contribuintes? Grandes gestores da coisa pública se estão a perder na Câmara de Porto de Mós.
Voltando aos encarregados de educação, e pegando no depoimento do psicólogo clínico, será melhor que os seus filhos brinquem com jogos de computadores, no “Magalhães” ou outro qualquer computador? Tristeza de mentalidade! Até parece que as gerações de 60 e 70 –certamente os avós destes meninos de “redoma caseira”-, do século passado, por brincarem na rua, a jogar à bola, com brinquedos de lata e com pistolas de plástico e outras inventadas, saíram todos “gangsters” mafiosos da pior espécie. Serão estes meninos, filhos da era cibernética, mais felizes e menos violentos do que as anteriores gerações? Não creio e penso que ninguém acredita nisso. Os pais de hoje deveriam saber que terão muito a aprender com o tempo dos avós e não o contrário.

1 comentário:

LUIS FERNANDES disse...

1 Comentário
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Anónimo disse...
É com muita pena que, desde Dezembro, tenho vindo a acompanhar o assunto das “pistolas” oferecidas aos alunos do 1º ciclo do concelho de Porto de Mós. Apesar de ter inicialmente decidido que nunca tornaria pública a minha posição sobre o ocorrido, decidi que deveria mostrar aos portomosenses e até ao resto do pais, quanto hipócritas e sedentas de poder algumas personalidades desta vila, se têm vindo a mostrar, agarrando-se as coisas tão mesquinhas.
Em primeiro lugar, são as pessoas que neste momento mais escrevem sobre o assunto e acusam muito indignadas que, há alguns anos atrás, apoiavam o executivo camarário que colocou, nos quadros da Câmara Municipal de Porto de Mós, as actuais psicóloga, assistente social e socióloga que, agora são culpadas pela infeliz escolha do brinquedo oferecido. Como é possível que estas senhoras tenham perdido as suas capacidades de discernimento, em tão pouco tempo? Apenas mentes motivadas com um objectivo tão vil tenham capacidade para tanta invenção dramática.
Muitos estudos têm vindo a ser feitos sobre os motivos pelos quais as nossas crianças são tão agressivas e violentas, nos dias que correm. Parece-me, no entanto, que os portomosenses ainda não leram nenhum e eu aconselho-o vivamente. Esses estudos mostram que a influência dos meios de comunicação social associada à falta de acompanhamento emocional e presencial dada pelos pais, são os principais factores da falta de valores e das atitudes negativas da maioria das crianças e adolescentes que povoam as escolas. Uma criança não necessita de ter como brinquedo uma pistola para, numa brincadeira com os colegas, simular um assalto, uma guerra ou um roubo. Uma folha de papel, um pau ou até as conhecidas peças de lego servem para simular o dito objecto. É apenas necessário que a criança queira brincar “às guerras” . Nessas brincadeiras simulam tudo o que já viram em revistas, na televisão ou até ouviram na rádio mas que não foi esclarecido e conversado em família. Felizmente que isto muita gente já sabe!!!
O que o pais não sabe é que esses falsos moralistas que agora acusam vergonhosamente a Câmara deixam os seus filhos sair à noite, em idades que supostamente carecem de acompanhamento, para parte supostamente certa mas que acaba por ser uma saída para ver um filme pouco apropriado à idade mental e cronológica dos filhos; para em grupo fumarem uns cigarros, ou até mesmo outras substâncias; para deambularem pelas ruas exibindo roupas de marca e penteados apelativos a comportamentos relacionados com vandalismo e xenofobia; para beberem umas cervejas compradas em estabelecimentos que fecham os olhos à idade de quem compra; para riscarem a pintura de carros com chaves; para produzirem filmes, com atitudes pouco louváveis com os telemóveis topo de gama que mais tarde são colocados no YOUTUBE, entre muitas outras actividades.
São esses falsos moralistas que eu nunca vi tomarem uma atitude de verdadeiros pais quando são publicamente enfrentados pelos filhos que não sabem educar; são essas pessoas que acham educativos alguns jogos violentos que nunca jogaram, nem se preocuparam em conhecer o seu conteúdo, acabando por comprar só para satisfazer e calar a boca dos seus rebentos, em época natalícia.
Curiosamente, estes falsos moralistas nunca se mostraram indignados nos blogs, com a violência que cresce nas escolas, com os jovens desempregados, com os sem abrigo, com as crianças vítimas de violência doméstica, com a pobreza envergonhada, enfim com todos os problemas sociais que confortavelmente ignoram.
O que o pais não sabe também é que estes ilustres cidadãos agora procuram denegrir a figura do actual Presidente da Câmara e sua equipa, numa tentativa de recuperarem o que perderam nas últimas eleições, pois não conseguem arranjar outra forma de o derrubar, tornando este assunto um drama nacional. Se os que agora acusam estivessem a gerir este município, certamente também teriam comprado a mesma falência e oferecido os mesmos brinquedos. Tanta hipocrisia! A prenda de Natal para as crianças do concelho foi um espectáculo de circo, apenas isso.
Francamente, já basta de politica vergonhosa!
Pessoas de tanto gabarito e com tanta cultura politica e intelectual deveriam abster-se de descer a um nível tão baixo. É feio e politicamente incorrecto.
8 de Janeiro de 2009 23:47