terça-feira, 6 de janeiro de 2009
A CAMPANHA ELEITORAL EM COIMBRA COMEÇOU DE AVIÃO (1)
Ontem, no Jornal as Beiras, a juventude Socialista acusava o executivo presidido por Carlos Encarnação de ter “investido” 3600 euros dos contribuintes na isenção do pagamento de taxas de publicidade à “Breitling” inscrita no avião e na segurança do aparelho no período compreendido entre as 20 e as 09Horas, entre 24 de Novembro e 31 de Dezembro de 2008. Os jotas socialistas conimbricenses acusavam o executivo camarário de “gestão irresponsável de dinheiros públicos” e um “sinal claro de falta de higiene moral e política entranhadas no exercício do actual mandato da coligação PSD/CDS-PP, que “Por Coimbra” não consegue reabilitar a Baixa (…)”.
Hoje, durante a noite, das 00Horas até de manhã, numa acção simbólica, a Juventude Socialista de Coimbra, com Rui Duarte, secretário-coordenador, à frente, estiveram de “guarda” ao presépio da Praça 8 de Maio.
Durante a tarde, os jovens socialistas reuniram com alguns comerciantes da Baixa para auscultarem as suas opiniões e sensibilidades acerca da medida deliberada pelo executivo camarário –que teve a aprovação dos vereadores socialistas-, de modo “a repor alguma justiça. Muitos já foram assaltados dois três vezes. Gostaríamos de saber se também não gostavam de ter um segurança junto dos seus estabelecimentos, entre as 20 e as 09Horas”.
Como um dos comerciantes contactados fui eu, evidentemente que dei a minha opinião. Naturalmente que não aceitaria ter um guarda apenas para mim. Defendo o interesse colectivo, de toda a Baixa, e não o individualizado. Quanto à isenção de taxas, Considero que tal medida, sendo aprovada pelo executivo por unanimidade em Outubro último, foi um deslize que nem a coligação nem a oposição se aperceberam do lapso. No entanto, a meu ver, a JS faz muito bem em levantar esta questão. É uma medida discriminatória, tendo em conta que se desonerou um comerciante individual (ourivesaria Góis) e uma marca (Breitling) do pagamento de posturas municipais e custos na segurança do avião. Até se poderia entender se o protótipo fosse de tipo museológico, que tivesse acoplado um forte pendor cultural e, naturalmente, esse factor revertesse para a comunidade coimbrã. Acontece que não foi assim. O seu objecto, junto à rotunda das Palmeiras, foi unicamente a publicidade àquela marca de relógios.
Tirando o lapso, é lógico que tal desoneração de pagamento de taxas é um precedente perigoso. Ainda para mais se levarmos em conta que a autarquia, com a alteração do Regulamento de Publicidade, nos últimos cinco anos, nalguns casos, chegou a aumentar as licenças de toldos no centro histórico em cerca de 900 por cento.
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