segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
"HÁ UMA EXPLOSÃO DE JOVENS A PRATICAR CRIMES"
João Batista Romão, Director Nacional Adjunto da Polícia Judiciária do Porto há cerca de um ano, numa entrevista ao Jornal de Notícias (JN) de hoje, “disseca o panorama actual da criminalidade”. Ao eleito director da PJ-Porto, magistrado, que, tal como o director Nacional –Almeida Rodrigues-, aqui em Coimbra se licenciou e morou muitos anos, “preocupa-o o aumento do crime violento –em consequência da crise-,agravado pelo facto de haver cada vez mais jovens a enveredar pela delinquência.”
Continuando a citar o JN, “Todos os dias nos apercebemos que, em todo o país, há um tipo de criminalidade violenta que está a florescer. A crise económica evidencia este fenómeno. Mas não é a única justificação. A própria resposta da justiça deve ser pensada ao nível da criminalidade juvenil. Temos uma função repressiva e o problema que estamos a assistir é uma explosão de jovens a praticar crimes com um sentimento de alguma impunidade. Sem pôr culpas a ninguém, questiono se temos um sistema adequado em termos de jurisdição de menores a trabalhar esta realidade antes da prática deste tipo de crimes? Por regra, antes deste tipo de crimes há pequenos delitos e sinais de desestruturação social. A explosão da criminalidade é a criminalidade juvenil.”
“(…) As últimas detenções são de gente muito nova. (…) Temos assistido a assaltos de um nível mais baixo, de restaurantes, de farmácias, de CTT, que antes seriam vítimas de furtos mas não roubos (com violência). Está-se a assistir a uma explosão de criminalidade violenta, mas ao mesmo tempo em termos de quantitativos são muito pequenos. É quase sustento para o dia-a-dia”.
“(…) Entra também o desemprego. Pessoalmente, penso que também entra a forma como foram construídos e delimitados alguns bairros sociais. (…) Aquando da construção não se pensou na segurança nem na facilidade com que a polícia pode intervir. (…) Aí, as referências são elementos que exibem carros e dinheiro, apesar de terem problemas de famílias desestruturadas, e não encontram outras referências sociais.”
“(…) Houve aumento na área do crime violento, nos assaltos.
À pergunta do jornalista se há muitas denúncias anónimas, responde João Romão: “Passou-se ao exagero. Há muita denúncia que não tem fundamento. Que chega-se à conclusão que é tudo falso. Isso atrapalha processos importantes porque não há tempo. Não se consegue dar resposta. Em 100 denúncias, “Por regra, 80 não correspondem à verdade”.
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