Pelos vistos a parvónia acordou em sobressalto, mais propriamente a Assembleia Municipal com esta frase: “Acabo de esperar mais de 1h por um autocarro dos Smtuc ... da Câmara para casa. Que mobilidade é esta?”.
E quem é que escreveu esta proposição no Facebook? João Orvalho, vereador das Finanças e dos Recursos Humanos da Câmara Municipal de Coimbra.
Disse alguma mentira? Não é que acontece diariamente? Pelo menos a fazer fé nos queixumes dos utentes é assim. No último sábado, num encontro de comerciantes no hotel Oslo, de entre doze oradores, cinco falaram da ineficácia dos transportes colectivos na cidade e o facto destes serem contribuintes directos a obstaculizar o desenvolvimento da Baixa.
Antes de continuar, como ressalva, saliento que falei com João Orvalho umas quatro vezes. Quero dizer que estou à vontade para escrever o que sinto ser uma questão de justiça. Destes curtíssimos encontros fiquei com a intuição de que é uma pessoa séria e que, para além de estar a mostrar ser um bom trunfo neste novo executivo municipal é também uma pedrada no pantanal municipal e muito pode vir a fazer pela mudança de relação entre munícipes e autarquia.
E este seu desabafo na “rede virtual” só vem de encontro ao que defendi atrás. Entre outros, mostra-nos que anda de autocarro. Quantos vereadores do executivo ou oposição frequentam os transportes colectivos? Mais ainda, quanto a mim, fazendo parte desta administração e manifestar o seu desagrado pela ineficiência dos serviços de transporte claramente mostra que é uma pessoa frontal e não se limita a ser um “seguidista” do chefe –e aqui incluo também Maria João Castelo Branco, vereadora da Acção social e Família e outros pelouros, que também discordou do relatório de reestruturação orgânica da edilidade. Embora tivesse votado a favor assinou uma declaração de voto.
E este seu desabafo na “rede virtual” só vem de encontro ao que defendi atrás. Entre outros, mostra-nos que anda de autocarro. Quantos vereadores do executivo ou oposição frequentam os transportes colectivos? Mais ainda, quanto a mim, fazendo parte desta administração e manifestar o seu desagrado pela ineficiência dos serviços de transporte claramente mostra que é uma pessoa frontal e não se limita a ser um “seguidista” do chefe –e aqui incluo também Maria João Castelo Branco, vereadora da Acção social e Família e outros pelouros, que também discordou do relatório de reestruturação orgânica da edilidade. Embora tivesse votado a favor assinou uma declaração de voto.
Mas, afinal, não é isto, não serão estas posições, que, enquanto eleitores, andamos todos à procura? Ao dizermos e escrevermos todos que esta actual classe política não nos serve, “que é autista”, “que é apenas a caixa de ressonância do partido”, quereremos dizer o quê? Que é urgente uma nova postura destes eleitos perante os problemas institucionais entre os privados e o poder? É isto que procuramos…não é? Então, a ser assim, como é que se admite, mesmo até vindo de parte da oposição na assembleia, uma clara reprimenda?
Acho que todos nós temos um grande défice de objectividade. Aparentemente todos sabemos o que queremos. Todos sabemos diagnosticar as mazelas do sistema, mas quando aparece alguém diferente, da mesma forma que os anteriores, incineramo-los na fogueira do mais do mesmo. Ora é necessário, acima de tudo, bom senso –e aqui incluo novamente a oposição que, sendo políticos de carreira, tem obrigação de ver mais longe que o comum dos cidadãos. Nem mais: um senso razoável. Exactamente porque é nesta razoabilidade que começa a esperança num amanhã melhor.
É necessário algum cuidado para conseguirmos ver qualquer coisa no denso nevoeiro do pessimismo. É preciso todos sentirmos que se passarmos a julgar todos por igual e a queimar tudo na grande fogueira do desespero, estamos também a destruir a nossa fé. É preciso acreditar que, paulatinamente, nesta longa noite de breu, estaremos a caminhar para um futuro melhor.
Por sua vez, volto a repetir, a oposição ao criticar apenas por criticar, mais não está do que a dar um tiro no pé e a criar precedentes para ser vaiada num outro qualquer dia que virá.
Por sua vez, volto a repetir, a oposição ao criticar apenas por criticar, mais não está do que a dar um tiro no pé e a criar precedentes para ser vaiada num outro qualquer dia que virá.
É preciso parar para pensar!
2 comentários:
Entendo perfeitamente esse desabafo, eu espero e desespero quase todos os dias minutos sem fim pelos autocarros que utilizo.
Existe um pormenor que ainda não entendi, os autocarros andam quase sempre atrasados, isto de forma quase diária, qual a razão de ainda fazerem tempo de espera junto ao Palacio da Justiça e da Escola Jose Falcão? Alguem me pode justificar essas paragens!
Para além de vereador é tambêm cidadão comum sentio na pele os problemas do dia a dia de muitos utilizadores.
É destas pessoas que precisamos sem preconceitos é preciso dar um abanão estou certo que vai desiludir muita gente, vai mexer com muitos vicios não se deixe levar por preções.
Toda a força para continuar as espetativas são muitas
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