quinta-feira, 27 de novembro de 2008
"REPÓRTER ESTRÁBICO": OS "NOVOS" COMERCIANTES
O “repórter”, como um canino que fareja um bom osso, anda sempre à procura de uma boa “cacha”. Evidentemente que já viram que não se procura competir com ninguém ou qualquer órgão informativo, trata-se, isso sim, de noticiar pequeníssimas informações que, naturalmente, ou porque escapam ou não têm interesse para os jornais diários da cidade.
Posso informar, em primeira mão, que uma grande maioria de comerciantes estabelecidos na Baixa, compreendendo o esforço da APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, ao colocar a grande tenda do gelo na Praça do Comércio, durante todo o mês de Dezembro, preparam-se para estar com as lojas abertas ao público até às 22horas, diariamente, de segunda a sexta-feira e aos sábados até às 19 horas. E, provavelmente, também estarão abertos nos domingos de Dezembro.
É sem dúvida nenhuma um esforço que merece toda a nossa admiração. E não se pense que é simples. E porquê? Porque é que não é simples?, interroga você. Por vários motivos. Normalmente costuma-se comparar o comércio tradicional às grandes superfícies. Pois! Mas o problema é que compará-los é o mesmo que fazer meças volumétricas entre uma pulga e um elefante.
O comércio de rua enferma de vários “vícios”. Um deles, e talvez o maior é o seu quadro de pessoal ser antigo. Ou seja, os empregados, seu constituinte, têm horários “rígidos”, das 09 às 19 horas, há muitos anos. Alterar estes horários, para os prolongar na noite, só com a sua anuência, o que torna tal tarefa quase impossível. Isto para quem tiver funcionários. E tem de se considerar que há lojas grandes que não podem funcionar sem empregados.
Para quem não os tiver é quase um problema dobrado. E porquê? Porque os proprietários têm de estar todo o dia nos estabelecimentos, de manhã até à noite. Filosoficamente, quem não trabalha no ramo, até parece simples, até se diz que prolongar os horários depende apenas da boa vontade do proprietário, mas não é assim. Quanto mais empobrece o comércio tradicional, proporcionalmente, as possibilidades do comerciante vão ficando cada vez mais limitadas. E já não conto com a desmotivação que, em face da crise, é terrível. Deixa as pessoas sem qualquer força anímica.
Mas o que interessa, aqui, é que os lojistas, em espírito de missão, influenciados também certamente pelo Natal, estão a colaborar e isso é muito bom. Pode ser a frincha necessária para abrir mentes, para lhes fazer querer que é urgente mudar atitudes e sobretudo os horários.
Claro que agora vamos ver como reage a Câmara Municipal a esta boa vontade dos comerciantes. Só espero, sinceramente, que não venha exigir burocraticamente alteração de horários, licenças e sei lá mais o quê. E mais não digo.
Aguardemos a postura da autarquia perante esta “revolução” dos comerciantes de rua.
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