sexta-feira, 28 de novembro de 2008
A CARAPAÇA DO NEVOEIRO
A bruma envolve a cidade,
no alto a torre está vigilante,
invisível, parece equidistante,
mas está atenta a Universidade;
No meio do nevoeiro ela vislumbra,
sabe que o burgo espera um salvador,
Sebastião, Quixote, ou mesmo trovador,
um milagreiro que a retire da penumbra;
Outrora foi capital do reino, agora ignorada,
como mulher bela que, aos poucos, foi caindo,
beleza, na memória, pouco resta, foi-se esvaindo,
a natureza é implacável, substitui-a e foi apagada;
Mesmo velha, com rugas, continua atraente e sedutora,
tem larga experiência no amor, na paixão e tem vaidade,
gosta de ensinar, continua achar-se única para a mocidade,
apregoa aos sete ventos que é a melhor, mas é impostora;
Parece ser tão forte na desdita, mas socorre-se na Rainha,
diz à nação e ao mundo que aqui repousa o Conquistador,
que é um burgo de medicina, e na cultura é o mais sabedor,
nas coisas importantes é tão imberbe, chega a ser “coimbrinha”;
Mas a esperança não morre, grita ao vento que passa, apregoando,
como povo recalcado, não desarma, vai olhando ansiosa o nevoeiro,
conta as façanhas na guerra, acrescenta um ponto, como cavaleiro,
só no espectro nacional, é um fantasma errante que vai esvoaçando.
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