(Imagem do Notícias de Coimbra)
É
por estas e por outras que, visando a alternância
do
poder, a esperança num amanhã melhor cada vez
se
perde mais no horizonte.
Segundo
os jornais diários de hoje, ontem na reunião do executivo
municipal, a oposição chumbou residência para estudantes na Rua do
Brasil, no antigo edifício da EDP, ao fundo do Parque Dr. Manuel
Braga.
Citando
o Diário as Beiras, “Seis vereadores do executivo municipal de
Coimbra chumbaram ontem o projecto de loteamento que previa a
instalação de uma residência de estudantes ao início da rua do
Brasil. A proposta apresentada pela empresa WPC Coimbra Unipessoal,
LDA, indicava que, no antigo edifício da EDP, iriam surgir 349
unidades para alugar a estudantes universitários. O investimento
previsto era de 20 milhões de euros e seriam repartidos por um fundo
norte-americano e um fundo espanhol.
O
motivo da discórdia prendeu-se com a proposta apresentada pelos
serviços da autarquia e que dispensava o promotor do cumprimento de
dotação de estacionamento. A existência, nas imediações de dois
parques de estacionamento públicos foi uma das razões invocadas
para a apresentação desta proposta (…). (…) O
desaconselhamento do município para a criação de lugares de
estacionamento ao longo do lote com frente para a via pública; o
tipo de utilização pretendida (residência de estudantes) e a
sensibilização que este tipo de equipamento teria para que os
estudantes usassem transportes públicos são outras das referências
dos serviços da autarquia e que foram, amplamente, explicadas por
Sidónio Simões” (engenheiro do Gabinete para o Centro
Histórico).
Sem
pretender retirar competência à oposição, que com outra análise
baseada em dados pode comprovar os factos e chumbou em bloco o
projecto, tendo em conta a necessidade de alojamento de luxo para
estudantes na cidade e acima de tudo a vinda de mais residentes para
a Baixa com algum poder económico, não me parece que estivesse
muito bem. Mesmo argumentando que o seu veto teve em conta somente a
defesa do interesse dos munícipes. Sobretudo invocando a construção
de estacionamento quando, em frente, estão dois parques públicos a
pagar.
Podem
a coligação Mais Coimbra, a CDU e o movimento Somos Coimbra argumentarem que o
chumbo de uma proposta privada de vinte milhões se deveu à
salvaguarda do interesse público mas custa a entender.
Levando
em conta que a oposição no hemiciclo tem consciência do estado
anémico em que se encontra o
Centro Histórico, comercialmente,
na
hotelaria
e desertificação de residentes, às
vezes custa a compreender certas tomadas
de posição
por parte dos eleitos com assento parlamentar.
Só
para exemplificar, recordo há cerca de dois anos e meio o voto de
Pedro Bingre do Amaral, vereador em representação do movimento
Cidadãos por Coimbra, que permitiu a
aprovação
de mais estacionamento para uma média superfície na margem esquerda
na Guarda Inglesa – especialmente quando o discurso do seu
agrupamento político era, na altura, a defesa do comércio
tradicional. E
mais: também
em 2013 votou favoravelmente, por unanimidade ao lado dos seus
compartes, o Estudo de Impacte Ambiental referente à instalação da
nova grande superfície IKEA, no Planalto de Santa Clara, e que iria
nascer sobre um terreno onde foram cortados ilegalmente sobreiros
cuja lei prescreve a proibição
de edificação durante 25 anos. Isto levou-me a escrever uma carta aberta ao vereador Ferreira da Silva. Ainda que justifiquem não convencem.
É
por estas e por outras que, visando a alternância do poder, a
esperança num amanhã melhor cada vez se perde mais no horizonte.
Afinal,
a oposição quer ou não a revitalização da Baixa?
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