quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A FEIRA DOS SALDOS NÃO SE REALIZA - CRÍTICA À APBC



 

 Quem faz o favor de acompanhar o que se escreve aqui, certamente, tem lido que há muitas vozes dissonantes em relação à actuação da direcção da APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra. Habitualmente rebato essas críticas com veemência, a pontos de parecer mesmo seu advogado de defesa. Mas, apesar de me bater acerrimamente por quem navega neste mar encapelado e vai tentando fazer alguma coisa, o que vou recebendo em comentários anónimos vai influenciando, obrigando à reflexão –por outro lado, apesar de, publicamente o escrever, ser amigo de duas pessoas ligadas a esta entidade, tenho obrigação ética de, sempre que necessário me distanciar e escrever o que penso.
E agora, o que é que cogito sobre a APBC?
Vamos por partes, tentando ser justo e pesando todos os prós e contras. Primeiro, não se entende que a direcção da APBC tenha cerca de 9 elementos e só dois, o Arménio Pratas e o Armindo Gaspar, é que trabalhem no duro. São sempre eles que aparecem a fazer o trabalho de “sapa”. O que estarão lá a fazer os outros membros na direcção? Interrogo eu com cara de parvo. É lógico se tudo cai em cima destes dois comerciantes, ainda por cima com os seus problemas pessoais, naturalmente que quer a eficácia quer o resultado não será o melhor. Mais ainda, quando os comerciantes não aderem às iniciativas e é preciso pedir-lhes por amor de Deus que participem, quem é que aguenta uma situação destas?
Agora vamos então a um caso concreto e onde vou estabelecer a minha crítica à APBC. Esta ideia de realizar uma feira de saldos ou stock-off no próximo Sábado partiu de um associado não pertencente à direcção. Porque, aparentemente, havia já meia-dúzia de interessados, foi comunicado o plano ao presidente da agência, Armindo Gaspar, que apadrinhou imediatamente. Nessa data ficou combinado que depois de se fazer a comunicação aos associados, através da funcionária e loja a loja, posteriormente, viriam dois directores da agência e o comerciante que apresentou a ideia. Ora como é de esperar as respostas dos comerciantes são sempre no sentido de “não me chateies que estou cansado”. Saliento que já havia uma dezena de inscrições. E então, perante estas réplicas pouco encorajadoras, o que fez a direcção da agência? Desistiu, pura e simplesmente, e já não vieram para a rua tentar convencer os comerciantes. Estará certa esta posição? Quanto a mim, não está. Por muito que se multipliquem a colaboradoras da APBC –e, sem favor, esforçam-se muito- as suas mensagens nunca surtirão o mesmo efeito se a comunicação for feita por colegas comerciantes.
Quem está à frente destas associações de classe deve saber –tem obrigação para isso, porque é para isso mesmo que está lá- que tem de malhar em ferro frio. O seu trabalho é envolver, convencendo pessoas, mudando mentalidades. E este esforço só se consegue se for feito cara a cara. Com alguns aborrecimentos à mistura, porque alguns comerciantes são tão mal-agradecidos em face do empenho dos outros que qualquer um se “passa” completamente. O que quero dizer, em suma, é que, neste cenário de modorra da maioria dos comerciantes, não pode a APBC lançar um foguete para o ar a anunciar a festa e depois ficar sentada à espera que apareçam os festivaleiros para participar na alegoria. Foi o que se passou aqui, neste caso falhado da feira de saldos. A APBC esteve muito mal.

3 comentários:

Anónimo disse...

Sem duvida alguma que a APBC esteve mal, mesmo muito mal.
Não avançava com 20 ou 30 comerciantes, avançava com 10.
Estes 10 poderiam ser o ponto de viragem nas atitudes dos "piegas" do comercio da baixa.
Este comportamento dos comerciantes só demonstra, alias nem digo o que demonstra, sou um simples consumidor e o mais provável é começar a fazer as minhas compras nas grandes superfícies como a maioria dos comerciantes da baixa.
Jorge Neves

Anónimo disse...

É o que se chama dar pérolas a porcos. Nem de borla aderem a novas iniciativas que podem chamar novos clientes. Hoje mesmo vem publicidade ao evento no Diário das Beiras e nem assim. Fechem todos as portas "Velhos do Restelo" , como aqui já alguém apelidou os comerciantes e que a altura soou como um insulto

Carlos disse...

Os comerciantes têm aquilo que merecem. Se actualmente o comercio da Baixa está como está é muito por culpa dos comerciantes.
Têm muita sorte por ainda existirem associações que organizam eventos na Baixa. Mas se continuam a ignorar completamente estas iniciativas, muito provavelmente elas deixam de existir. E com atitudes destas perdem completamente a legitimidade para criticar a CMC.
Deixem de ser Velhos do Restelo, sempre agarrados ao passado. Vocês têm de remar todos no mesmo sentido, têm de ser activos, dinâmicos e têm que ter espírito de iniciativa.
Já que vocês não organizam nada, no mínimo aproveitem aquilo que as associações fazem por vocês.