INÍCIO
DA HISTÓRIA
No
antigo espaço desaparecido da “Tecla Divertida”, na Rua
das Padeiras, abriu a semana passada uma nova loja de artigos
eléctricos, desde lâmpadas diversas até fichas e tomadas, e de
componentes para telemóveis.
Ao
que parece, este novo investidor esteve associado na encerrada “Tecla
Divertida”. Após separar a sociedade de artigos de festa,
apostando em artigos diferentes, decidiu continuar a arriscar na baixa
da cidade.
Com
uma diversidade digna de nota, aconselho uma visita a esta nova loja.
Em
nome de todos os que aqui labutam, se posso escrever assim, desejamos
as maiores felicidades.
“AQUI
HÁ GATO”
Na
terça-feira da semana passada, na presença, elevada pela
consideração, de muitos amigos do expositor, no Recordatório
Rainha Santa Isabel, ao lado do Portugal dos Pequenitos, foi
inaugurada, e estará presente até 30 de Julho, a exposição de
fotografia de Mário Afonso.
Sobre
o tema “Aqui há gato”, o visitante pode perder-se pelas
imagens “falantes”, cheias de sensibilidade, do autor.
Cerca de vinte fotografias de gatos, captadas pelo olhar artístico
de Mário Afonso, nas mais variadas posições, mostram, ou parecem
mostrar, que os felinos também têm sentimentos e, para quem tiver
disponibilidade mental para recolher os momentos, transmitem uma
linguagem de amor.
Pode
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UM
HOMEM DECIDIU MORRER
Na
última quinta-feira, por volta das 13h30, um homem de cerca de 35
anos, depois de ter acessado às torres do Arnado pelo rés-do-chão,
entrou no elevador que dá acesso a diversos serviços judiciais
ligados ao Ministério da Justiça, abriu uma das portas de
emergência do 6.º andar e atirou-se no vazio.
No
pouco que consegui saber, era um homem de olhar perdido, vazado, de
rosto amargurado, cabelos desgrenhados e barba de muitos dias. Digo
eu, extraindo palavras não proferidas, anunciava e cheirava a morte.
Os
jornais diários da cidade, Diário de Coimbra e Diário as Beiras,
não escreveram
uma linha sobre a ocorrência. Porquê?
Não era assunto?
Pode
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SOFIA,
MEU ESTUPOR
(Imagem da LUSA)
Em
2013, a 22 de Junho,
a Universidade e a Rua da Sofia foram distinguidas pela
UNESCO como Património da Humanidade. Seria de supor que por parte
da Universidade de Coimbra e a Câmara Municipal, entidades
promotoras na classificação, promovessem esta interessantíssima
antiga rua dos Colégios e, por arrastamento, servisse de embrião
para revitalizar toda a área protegida em redor. Deveria ser assim,
não deveria? Pois deveria! Mas os interesses da Universidade estão
acima do benefício da cidade e do
bem comum. Daí perceber-se que, com
grande alarde, numa reportagem patrocinada pela Universidade ao
jornal PÚBLICO se escreva: “A
estratégia global passa pela internacionalização da Universidade
de Coimbra no sentido de afirmar o património e a cultura como
ativos essenciais para o desenvolvimento sustentável”.
Pergunto
eu, que sou assim para o “parvoide”:
e para quando a estratégia global passa pela internacionalização
da cidade?
Daí
percebermos que “A
Universidade de Coimbra viu crescer de forma extraordinária o número
de visitantes (de 192 mil turistas em 2012 passou, em 2017, para mais
do dobro, 501 mil) e o aumento das receitas com o turismo foi ainda
mais impressionante, ajudando a resolver as contas da instituição:
de cerca de 300 mil euros em 2012 subiu para os quatro milhões de
euros no ano passado”
-extraído do Diário de Coimbra, na sua edição especial de
aniversário, em 22 de Junho de 2018.
Está
tudo dito? Não, não está! Para entreter e abafar clamores de
revolta o que fez há dias a Universidade? Teatro! Pois claro!
Enquanto a Universidade cresce para o infinito e a Baixa se afunda
para a chafurdice a nobel casa do saber dá-nos teatro!
E
foi assim que, segundo a LUSA, “O
espetáculo "Sofia, Meu Amor!" estreia em Coimbra, num
percurso que convida a abrandar a marcha na Rua da Sofia para tornar
visíveis "pequenos cacos de vida" de uma zona que por
vezes parece "invisível" aos próprios habitantes da
cidade.”
CARREGAR
BATERIAS EM IPANEMA
O
nosso mais famoso ardina, e único que resta de uma profissão em desaparecimento na cidade, o Vitor Manuel Lucas,
depois de quase três meses no outro lado do Atlântico a carregar a
bateria do amor, regressou há poucos dias de terras de Vera Cruz. Um
pouco mais magro e macilento, o que se compreende já que é uma
longa viagem desde o Brasil até Portugal e, inevitavelmente, leva à
queima de muitas calorias, o Lucas, mesmo
assim, muito
mais rejuvenescido -afinal, digo eu, que pouco percebo do assunto,
uma brasileira boa faz milagres-, está pronto para alegrar as
nossas ruas com o pitoresco
pregão: “Olha
o Despertar! É p'ro menino e p'ra menina! Olha o Campeão, umas
vezes diz bem, outras vezes não!”
TRANSFERÊNCIAS
TRANSFERÊNCIAS
Encerrou
na semana passada a filial da Caixa Geral de Depósitos na Rua
Ferreira Borges. Lembra-se que a sede deste banco público dista
deste balcão agora encerrado cerca de uma centena de metros, no
início da Rua da Sofia e com frente para a Praça 8 de Maio.
Do
ponto de vista de racionalidade económica, e de uma gestão
criteriosa, aquele prédio bancário agora encerrado não fazia
sentido continuar aberto. Podemos adiantar que é mais uma perda para
Baixa? E sobretudo pelo fecho de dois Multibancos, um na Rua Ferreira Borges e outro nas traseiras, na Praça do Comércio? Isto podemos, e com
toda a razão, mas muito mais, a meu ver, não. Não é um desaparecimento igual a outras terras do interior desertificado. Aqui,
em Coimbra, há alternativas. Com tudo o que estou a escrever não
quer dizer que concorde na totalidade, é sempre mais uma casa fechada, porém,
temos de medir as coisas com objectividade. Nas últimas décadas,
todos nós, acostumamo-nos a ter todos os serviços junto à nossa
porta. Mas os tempos mudaram e o melhor mesmo é começarmos a
encarar a realidade.
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