A OUTRA COIMBRA DESAPARECIDA
Eu amo-te Coimbra minha,
Mas embirro com a tradição,
De parecer que tudo alinha,
De que és sempre uma lição;
Já foste para muitos, eu sei,
Mas esses partiram na mocidade,
Recordam-te com paixão…e pensei:
amam-te tanto? Venham e acabem com a saudade!
Desculpa Coimbra, gosto de ti, és um dos meus amores,
Há muito que vives da sombra criada, já não és capital,
Nem do amor, nem das canções, muito menos dos doutores,
Já nem és uma lição, nem sequer em tradição, nem o centro de Portugal;
O lente não é uma canção, nem a lua a faculdade,
O livro não é mulher, talvez fosse antigamente,
Quando se ama não se mente, diz-se a verdade,
Mesmo que fira, magoa mais ser conivente;
Já não passa só quem souber, se é que alguém passou,
Mesmo a Inês, hoje, já não é rima para o estudante que canta,
Até a fonte dos amores já não jorra corações, o Cupido a secou,
Desculpa querida Coimbra, és apenas uma colina marcada pela Rainha Santa.
LUIS FERNANDES
(COIMBRA)
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