QUANDO IA A PASSAR,
AO VIRAR DAQUELA ESQUINA,
REPAREI NUMA MULHER,
TÃO BELA, QUANTO MENINA;
ENTREI NOS SEUS OLHOS DE ÁGUA,
NAS MARGENS DE QUALQUER DIA,
QUASE QUE APANHEI A MÁGOA,
DO DESGOSTO QUE SENTIA;
ELA AO VER-ME ALI ESPECADO,
PENSOU QUE EU A QUERIA,
REPAROU QUE ESTAVA CALADO,
NÃO TINHA GRANDE ALEGRIA;
“QUERES IR COMIGO P’RA CAMA?”
PERGUNTOU SEM GRANDE ENFADO,
ERA A ROTINA DA DAMA,
PARA GENTE TRISTE, SEM FADO;
COMO EU NÃO RESPONDIA,
E A SUA CARA FITAVA,
PARECEU QUE SE OFENDIA,
ALI, ERA ELA QUE DOMINAVA;
“EU QUERO APENAS OLHAR
A TUA BELEZA COR DE MARFIM”,
RESPONDI, NERVOSO, A TITUBEAR,
IMPLOREI: OLHA APENAS PARA MIM;
“QUE TE DEU? NUNCA VISTE UMA MULHER?”
INTERROGOU, ENTRE BRUSCA E ADMIRAÇÃO,
SABIA, QUE SÓ OLHA QUEM SOUBER,
QUE SENTE NA CARNE O DILACERAR DA SOLIDÂO
Sem comentários:
Enviar um comentário