Durante a manhã de hoje, logo ao abrir dos
estabelecimentos, visitaram algumas ourivesarias e uma loja de velharias e
antiguidades. Eram dois homens e uma mulher com idades entre os cinquenta e os
sessenta anos. Bem vestidos, com fatos de bom corte, e a "arranhar" o português de modo
a conseguirem ser entendidos, pareciam turistas em trânsito. Só com muita sorte,
pela pronúncia, se poderia adivinhar que eram bandidos.
Passava pouco das 10h00 quando entraram na
ourivesaria Ágata. Enquanto um homem entretinha António Cruz para lhe mostrar
uma salva de prata, a mulher dava a “palmada”
a uma pulseira e um colar, ambos de ouro maciço e no valor arredondado de 2000
euros. A vigarista saiu com o acompanhante e o segundo homem, “entretainer”, continuou a falar com
António Cruz. Certamente quando o casal já se tinha afastado o suficiente para
não ser apanhado, o segundo burlão, com cortesia e elegância, despediu-se do
comerciante com a recomendação de que voltaria mais tarde. Andavam a ver peças
para um amigo. Foi então que o reputado comerciante da Baixa se apercebeu do
furto. Ainda correu as ruas em redor mas dos ladrões nem sombras.
António Cruz tem um ar combalido,
como se, de repente, lhe acrescentassem mais uma vintena de anos. “Bolas! Estou a vender cerca de 10 por cento
do que comercializava há uns anos atrás e, sem que se conte, uma pessoa leva
uma “chapelada” destas!”, enfatiza. Sinto-me
agredido, com um mal-estar impossível de descrever”.
Tal como tantas vezes tenho escrito, a vida de
um comerciante de rua é cada vez mais uma espécie de roleta russa. Nunca se
sabe quando, por motivos vários, pode tombar.
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