quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

UMA PALMADA DE LESTE COM CLASSE






Durante a manhã de hoje, logo ao abrir dos estabelecimentos, visitaram algumas ourivesarias e uma loja de velharias e antiguidades. Eram dois homens e uma mulher com idades entre os cinquenta e os sessenta anos. Bem vestidos, com fatos de bom corte, e a "arranhar" o português de modo a conseguirem ser entendidos, pareciam turistas em trânsito. Só com muita sorte, pela pronúncia, se poderia adivinhar que eram bandidos.
Passava pouco das 10h00 quando entraram na ourivesaria Ágata. Enquanto um homem entretinha António Cruz para lhe mostrar uma salva de prata, a mulher dava a “palmada” a uma pulseira e um colar, ambos de ouro maciço e no valor arredondado de 2000 euros. A vigarista saiu com o acompanhante e o segundo homem, “entretainer”, continuou a falar com António Cruz. Certamente quando o casal já se tinha afastado o suficiente para não ser apanhado, o segundo burlão, com cortesia e elegância, despediu-se do comerciante com a recomendação de que voltaria mais tarde. Andavam a ver peças para um amigo. Foi então que o reputado comerciante da Baixa se apercebeu do furto. Ainda correu as ruas em redor mas dos ladrões nem sombras.
António Cruz tem um ar combalido, como se, de repente, lhe acrescentassem mais uma vintena de anos. “Bolas! Estou a vender cerca de 10 por cento do que comercializava há uns anos atrás e, sem que se conte, uma pessoa leva uma “chapelada” destas!”, enfatiza. Sinto-me agredido, com um mal-estar impossível de descrever”.
Tal como tantas vezes tenho escrito, a vida de um comerciante de rua é cada vez mais uma espécie de roleta russa. Nunca se sabe quando, por motivos vários, pode tombar.

Sem comentários: