Quem passou este fim-de-semana na Praça 8 de
Maio estranhou o Quiosque Espirito Santo estar fechado. Um estabelecimento que
está diariamente aberto e só encerra nos dias de Natal e Páscoa, onde a Lena é sentinela, para acontecer
o contrário algo grave ocorreu. E foi mesmo! A mãe do Jorge, Albertina de Jesus
Martins, de 87 anos, pessoa muito estimada e que durante décadas trabalhou na
Rua do Corvo, deixou-nos.
Quem nos vai falar da falecida é o comerciante
Henrique Ramalhete que a conheceu bem. “A
senhora Albertina era empregada doméstica de Berta dos Santos Silva –pessoa muito
activa e ligada ao Movimento Nacional Feminino, organização de apoio à Guerra Colonial,
com o suporte do Estado Novo entre 1961 e 1974. Era esta senhora que, neste
período e na Baixa, recebia e distribuía os aerogramas provindos e destinados aos
militares no ex-Ultramar Português. Então, fosse pela filosofia da casa ou não,
a verdade é que a dona Albertina, mesmo sendo empregada, chamava os marçanos do
comércio, como eu a trabalhar na Rua do Corvo e originário de gente muito
humilde, e presenteava-os com um suculento lanche. Um gesto de bondade que
nunca esquecerei. Onde ela estiver, o meu agradecimento e que descanse em paz.”
Em nome da Baixa, para o Jorge Martins e
esposa Lena e para toda a família, uma mensagem de condolências e um grande
abraço nestes dias de tristeza.
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