À hora do almoço, a dona Adelaide, a última
tremoceira como lhe chamei, tendo por fundo os manifestantes a exigirem o seu
dinheiro anteriormente depositado no BES –que Deus tem em má guarda pelo Novo Banco- sentada num assento de pedra,
pelos traços do rosto e ainda que silenciosamente, manifestava algum
descontentamento com o seu velho banco. “Fosca-se!
No próximo dia 12 de Março comemoro 91 anos. Apesar do meu falecido marido ter
sido sacristão, nunca tive informações privilegiadas divinas e, apesar de ter
trabalhado toda a vida, continuo pobre. Coloquei todas as minhas acções neste
merdoso tamborete de pedra e nunca cresceram. Investi aqui todo o meu
dinheirinho e estou cada vez mais lisa! Seria contágio? Porra! Já há muito
tempo que deveria ter mudado de banco! Agora, se calhar, já não vale a pena! Se
ao menos me fizessem uma festa de aniversário no próximo dia 12, ainda vá que
não vá! Caso contrário, sou obrigada a mandar umas “caralhadas” que abana tudo!
Homessa! Isto irrita! Carago!”
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