quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A ÚLTIMA TREMOCEIRA PROCURA UM NOVO BANCO




À hora do almoço, a dona Adelaide, a última tremoceira como lhe chamei, tendo por fundo os manifestantes a exigirem o seu dinheiro anteriormente depositado no BES –que Deus tem em má guarda pelo Novo Banco- sentada num assento de pedra, pelos traços do rosto e ainda que silenciosamente, manifestava algum descontentamento com o seu velho banco. “Fosca-se! No próximo dia 12 de Março comemoro 91 anos. Apesar do meu falecido marido ter sido sacristão, nunca tive informações privilegiadas divinas e, apesar de ter trabalhado toda a vida, continuo pobre. Coloquei todas as minhas acções neste merdoso tamborete de pedra e nunca cresceram. Investi aqui todo o meu dinheirinho e estou cada vez mais lisa! Seria contágio? Porra! Já há muito tempo que deveria ter mudado de banco! Agora, se calhar, já não vale a pena! Se ao menos me fizessem uma festa de aniversário no próximo dia 12, ainda vá que não vá! Caso contrário, sou obrigada a mandar umas “caralhadas” que abana tudo! Homessa! Isto irrita! Carago!”

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