segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

UM DESSES MALUCOS SOU EU!



Encontrei-a na semana passada, numa destas ruas estreitas. Ela é funcionária da Câmara Municipal de Coimbra. Cumprimentámo-nos e, de supetão, ela atirou: “você deu-lhe forte e feio!”. Interroguei, a que se referia concretamente? “À vereadora! Ao texto sobre a vereadora, Carina Gomes! Olhe que li a crónica através do Facebook, concordei e gostei, mas nem sequer tive coragem de pôr lá um “gosto” para não me comprometer! Você não tem medo?”
Expliquei por pontos. O primeiro, que não é nada pessoal, redigi porque me senti maltratado e nada mais do que isso. O segundo, não escrevo por encomenda, não exerço política partidária, não faço fretes para prejudicar quem quer que seja, não me movo por interesses pessoais –escrevo pro bono, gratuitamente, somente com um sentido elevado de justiça, tentando, apenas tentando, corrigir algumas injustiças. Para além disso, faço questão de não me deixar ser tomado por sentimentos persecutórios ou justicialistas. O terceiro, sobre o medo, respondi que, como toda a gente, também sinto que posso ser prejudicado mas até hoje, que eu saiba, nunca fui. Por vezes, sinto-me olhado com desconfiança –como se olha alguém que não é dos nossos-, mas isso é uma vantagem.
Alguém tem de dar a cara para mudar as situações que, diariamente, nos insurgimos e pedimos mudanças. E porquê eu? Interrogo-me tantas vezes. Porque no meio da sanidade colectiva há sempre um maluco que desponta. E um desses malucos sou eu!

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