O desbloqueio do medicamento contra a Hepatite
C hoje, pelo Governo, depois de anteontem, no Parlamento, José Saldanha –acompanhado
de David Gomes- ter lançado o grito “tenho
direito a viver e quero viver! Não quero morrer!”, veio mostrar, por um
lado, a hipocrisia e a falta de respeito que este executivo tem pela saúde dos
portugueses, por outro, o quanto a coragem de um cidadão pode alterar todo o
colectivo.
Dá para ver que se não fosse a intervenção de
Saldanha, que pela forma de apelação deveria ter tocado todos os corações de
boa índole, hoje e nos próximos dias, tudo continuaria igual. Há dois dias José
era um doente sem esperança de viver e criar a filha de 12 anos porque o Ministro
da Saúde, como se estivesse a negociar submarinos, entendia que a guerra entre a vida e a morte de pessoas no limbo existencial poderia esperar. Hoje, e
passadas 48 horas, Saldanha já está a tomar o medicamento. Ou seja, de repente,
perante as consequências eleitorais e o castigo que se adivinhava por parte de uma
opinião pública que a classe política teme, o impossível de ontem tornou-se possível hoje e,
numas negociações secretas mas “a melhor
da Europa”, tudo está bem quando acaba em bem –menos para as dezenas ou
centenas de pessoas que morreram por incúria e insensibilidade de quem só vê
números e o bem-estar e a saúde dos
cidadãos estão em último lugar. Irrita profundamente este continuado
procedimento destes tecnocratas, frios e calculistas como máquinas.
Parabéns ao cidadão José Saldanha. Com o seu
acto mostrou que a revolução começa em nós e não nos outros em quem depositamos
a responsabilidade. Ele foi o alguém que mostrou a toda a gente o que se deve
fazer quando ninguém acredita nem toma a iniciativa. Uma lição para Portugal.
1 comentário:
Independentemente de intuir que existem coisas ocultas (omitidas?) por detrás da acção do antigo produtor televisivo não deixei de concluir basicamente o mesmo.
Só fazendo show-off mediatico é que uma pessoa obtem o que precisa.
Mas ao mesmo tempo percebe-se que deviamos todos ser mais ativos, mais presente nas questões que dizem respeito a todos nos. O verdadeiro espirito reaccionário e interventivo é muito ténue em quase todos nós.
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