Há dois anos fui ao executivo da
Câmara Municipal de Coimbra apelar para que se dessem mais meios a um serviço de
recolha de bens, sobre tutela da Divisão de Acção Social e Família da edilidade,
para distribuir pelos mais carenciados. Trata-se do “Projecto Baú” e que está a
funcionar no edifício da 2ª Esquadra. Este serviço foi pensado para ser uma ponte
entre quem tem artigos que não sabe o que lhe fazer e os mais carenciados. Ainda
mais do que há dois anos quando fui ao executivo, agora, se por um lado há muita
gente que se quer ver livre de bens utilitários –isto é, que conservam ainda
muita utilidade para alguém- e sem valor comercial –ou seja, pela sua
vulgaridade não são transacionáveis-, por outro, há cada vez mais pessoas a necessitarem
de ajuda.
Hoje, mais uma vez, encaminhei um
proprietário de um prédio aqui na Baixa para este serviço camarário. O homem
contactou-me para o encaminhar numa série de camas, colchões, móveis,
frigoríficos e outros artigos não especificados. Apesar da muita vontade da
funcionária, sem que nada me dissesse sobre o assunto, deu para perceber que
este bom serviço de recolha e distribuição de bens pelas famílias em maiores
dificuldades continua igual como há dois anos. Se o dador tiver urgência em
esvaziar uma casa, por falta de transporte e meios humanos, o departamento não
tem condições para chamar a si o encargo.
Como sou amigo de alguém que sabe
muito destas coisas interroguei-o sobre o “projecto Baú”. Naturalmente sob
anonimato enfatizou: “ó pá, é uma pena continuar assim. Eles, a Divisão de
Desenvolvimento Social e Família, desde o director, o João Gaspar até aos
funcionários parecem bombeiros a apagar fogos; esforçam-se muito, mas continuam
sem meios para acudirem às solicitações. É caricato, não é? Por um lado há
imensa oferta de cidadãos que querem ajudar e por outro há cada vez mais pessoas
a pedirem bens, mas, sem instrumentos, o que é que a Divisão pode fazer? Milagres?
Eu sei que chegam a não poder aceitar recheios de casa oferecidos por falta de
pessoal que os recolha nos locados. É triste, isto, não é? O Encarnação –o antigo
presidente da Câmara- nunca ligou nada, repara que tu foste lá alertar e ele
nem sequer sabia que a edilidade tinha um serviço destes, e o Barbosa –o actual
chefe do executivo- segue-lhe a cartilha. Tudo continua na mesma e igual. Se
calhar, é mais que certo, também não sabe que o gabinete só dispõe de um camião,
do DOI, Departamento de Obras e Infraestruturas, um dia por mês e não chega
para as encomendas. Porque é que não escreves qualquer coisa sobre isto? “Água
mole em pedra dura”… Quem sabe o Barbosa de Melo não tomasse atenção?”
(Texto enviado à Câmara Municipal de Coimbra para conhecimento)
"Baixa: Assalto ao contentor"
"Lixo: Ensinar para (con)viver melhor"
"Baixa: Os novos miseráveis"
"Neste Natal o que queres, Eduardo?"
"Eduardo olhos de mágoa"
"Eduardo olhos de esperança"
"Carta a uma funcionária pública"
"Lixo: Ensinar para (con)viver melhor"
"Baixa: Os novos miseráveis"
"Neste Natal o que queres, Eduardo?"
"Eduardo olhos de mágoa"
"Eduardo olhos de esperança"
"Carta a uma funcionária pública"
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