quinta-feira, 22 de abril de 2010

EDITORIAL: CÂMARAS DE ILUSÃO

(FOTO DA LUSA)




 Conforme ontem noticiei aqui, a perfumaria Pétala foi assaltada durante a noite, e a cerca de 50 metros de uma câmara de videovigilância instalada no frontispício da autarquia coimbrã.
 Devo alertar de que os rumores que corriam por estas vielas e praças, já há um tempo, era de que nenhuma estará a funcionar em pleno. Há quem diga mesmo que nem sequer estará um agente da PSP a monitorizar as imagens. É evidente que, pelo bom senso, deveremos sempre desvalorizar os boatos. Os rumores são como o vento, entram em tudo o que é frecha. Mas se, como diz o povo, não há fumo sem fogo, a verdade é que a notícia de hoje do Diário de Coimbra (DC), ao não conseguir um único esclarecimento, quer da Câmara Municipal, quer do Gabinete do Centro Histórico, é deveras preocupante. Lembro aqui também as declarações de uma fonte da PSP ao DC: “apenas foi confirmado que nenhum dos 17 mecanismos instalados no âmbito do Sistema de Videovigilância tinha qualquer avaria”. Esta resposta quer dizer o quê? Absolutamente nada. É vaga, como vazio é o infinito.
 Alguém vai ter de responder a perguntas concretas. E estou a lembrar-me que na próxima Segunda-feira haverá uma Assembleia Municipal. A questão de segurança não é nenhuma brincadeira. É uma coisa demasiado séria para ser tratada com esta leviandade. Não direi que houve uma fraude –porque é demasiado sério para afirmar tal prerrogativa-, mas que alguém vendeu gato por lebre aos comerciantes e residentes da Baixa, isso não tenho a menor dúvida.
 À administração da Polis cabe defender os seus cidadãos, para isso é eleita. Reporta-lhe também, por inerência da Protecção Civil, assegurar o bem-estar da população em termos de segurança. Ora o que se está a passar, deixa-nos, no mínimo com a língua a saber a fel.
Haja decoro. Haja respeito por quem se esfalfa a trabalhar diariamente. O que se está a passar é uma vergonha.

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