quarta-feira, 29 de maio de 2013

AS ELEIÇÕES PARA A ABCC



 A fim de nomear os novos corpos-gerentes para a Associação de Beneficência ao Comerciante de Coimbra, no biénio de 2013 a 2015, realizaram-se hoje na sua sede provisória, no Largo da Freiria, as eleições correspondentes. Concorreu apenas uma lista –denominada de Lista A- constituída por Armindo Gaspar, presidente, Arménio Pratas, vice-presidente, Luís Quintans, secretário, Quirino Adelino, 1º tesoureiro, Hélder Gonçalves, 2º tesoureiro. O conselho fiscal é construído por Victor Espírito Santo, presidente, e assessorado por Leopoldino Dias e Francisco Veiga. Foi eleita com 8 votos a favor. Nenhum contra. Nenhuma abstenção.
Não é de mais repetir que esta a nova agremiação tem, tal como o logótipo indica, por objecto a beneficência. Isto é, não pretende ocupar nenhum lugar deixado vago por outra qualquer associação de defesa da classe. É uma associação original, creio que, no género, a primeira no país. O que se pretende é, acima de tudo, a sensibilização geral para a ajuda interpares. O que se procura é o valor comunitário; o princípio do um por todos, todos por um. O pouco que alguns detêm e possam partilhar, mas alguma coisa, seja lá o que for, e poderem ajudar aqueles que nada tem e estão a atravessar um caminho de carência extrema, de pedras pontiagudas que ferem a alma de quem sempre trabalhou e não é reconhecido por ninguém. Nem pelos consumidores –que sempre olharam o comerciante como um explorador-, nem pelo Estado, que não o reconhece como um motor de desenvolvimento e gerador de riqueza. Os comerciantes são tratados pelos governos, hoje, como uma coisa descartável, de que se já não têm utilidade são para desaparecer, sem qualquer direito a subsídio de sobrevivência. Este Estado totalitário, pior para os empresários que uma qualquer nação estalinista desaparecida, um dia, acredito que brevemente, será julgado por extermínio e pelas atrocidades cometidas contra a dignidade desta classe.
Este projecto está carregado de utopia? Acredito que sim. Mas o espírito que subjaz é o mais puro dentro da caridade, no sentido do dar sem olhar a quem, e da solidariedade, na direcção da partilha. Vamos conseguir fazer alguma coisa? Vamos tentar. Foi para isso mesmo que se encetou este caminho. Um agradecimento enorme a todos os elementos que compõem esta lista hoje eleita. Sem eles não seria possível levar esta ideia em frente. Um grande abraço fraterno. Oxalá ninguém precise de ajuda. Seria bom que assim fosse, mas, infelizmente, sabemos que a miséria, cada vez mais e com maior intensidade, está a bater à porta dos comerciantes de rua.


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2 comentários:

antoniomartinsanis disse...

Meu Caro Amigo Luís Quintãs. Congratulo-me com a iniciativa. E, ao ver quem integra a direcção, isso, para mim, é garantia de um trabalho profícuo e dedicado. Esses, ao contrário de outros simples mostruários de fotografias em periódicos, são, sempre foram, Pessoas dedicadas a causas,Homens com espírito de missão, Colegas preocupados. Um abraço para eles, com votos dos melhores êxitos. E, já agora, se for preciso uma mãozinha e o desejarem, já sabem onde a encontram. Sem cobrar nada, é claro. António Martins

LUIS FERNANDES disse...

COMENTÁRIO DO EDITOR

Dr. Martins, meu amigo –sem empregar o tratamento de “caro”- esta sua disponibilidade não me surpreende, porque o senhor sempre foi uma pessoa empenhada. Quis a vontade de alguns não saberem ver o quanto a sua imensíssima experiência poderia ter ajudado a causa comercial. Talvez por isso mesmo se entenda como é que os comerciantes chegaram ao estado em que se encontram. Mas enfim! Contrariamente ao que se afirma o destino não é por obra do acaso mas sim feito por homens. Na maioria dos casos, são estes mesmos indivíduos que, através do seu poder interesseiro e emaranhado, em conluio, visando apenas o seu lado egoísta, interferindo no presente e condicionando o futuro, são os fabricantes dos propósitos individuais e colectivos das comunidades. E estas mesmas sociedades serão tanto mais felizes quanto estes fazedores de destinos estiverem dispostos a abdicar do seu calculismo e se entregarem a causas sociais. Mas o que estou a escrever já o senhor está farto de saber.
Voltando à sua disponibilidade, meu amigo, a sua oferta é fantástica. Estamos todos a partir de simples vontades. Isto é, para fazer obra, não temos dinheiro, não temos meios que, para já, permita chegar ao seu objecto, que é a solidariedade de partilha. Toda a ajuda que surgir de aqui em diante é bem-vinda. Portanto, em suma, já fica a saber que o iremos aborrecer. Conte mesmo com isso. Em nome de todos quantos fazem parte desta lista agora eleita, um enorme abraço. Bem-haja.