Ontem, no restaurante Jardim da Manga, cerca de sessenta pessoas cantaram os parabéns aos Bombeiros Voluntários de Coimbra. Perante um repasto muito bem servido, aliás, como já é habitual nesta célebre casa de hotelaria e que muito contribui para enobrecer a Baixa, João Silva, o presidente da direcção não conseguia disfarçar o incómodo que lhe causava este virar de costas da cidade a esta tão histórica causa como é a do voluntariado e em que se salvam bens patrimoniais e vidas. Este jantar contou com a presença de Carlos Magno, jornalista e actual presidente da ERC, Entidade Reguladora para a Comunicação, que dissertou sobre o tema “a fogueira mediática” e que foi muito bem apresentada, sobretudo pela clareza do orador.
E QUEM É QUE ESTEVE PRESENTE?
Contrariando o jantar do ano passado, que se realizou no hotel Dona Inês e em que marcaram presença mais de uma centena e meia de pessoas, este ano foram umas escassas seis dezenas. Se no ano transacto estiveram presentes António Arnault, o Clemente, o Soares, o Rui de Almeida, o Carlos Páscoa e outras tantas sumidades da cidade e agora não compareceram é legítimo especular que o restaurante Jardim da Manga não está à altura das suas elevadas craveiras intelectuais. Ou então poderemos ainda inferir que o João Silva deste ano já não é o mesmo do ano passado. Sei lá, se calhar está mais feio –magro está de certeza, de tanto correr atrás de quem não prometeu ajudar os bombeiros e com a mão estendida a soletrar: “uma moedinha, por amor de Deus, senhor!”
Também é verdade que poderemos adivinhar que os 15 euros para o jantar era uma enormidade para os políticos… que não foram.
Bom, mas vamos lá com calma, que, neste 2012, ainda se salvaram alguns da nossa praça. Preservaram-se o presidente da Câmara Municipal, Barbosa de Melo, a (minha diva –eu tenho lá culpa de gostar dela?) a Helena Freitas, o Rochete, o Parreirão –que me parece começar a pôr-se a jeito para ser candidato à autarquia- e o Carlos Cidade –mas vejam bem que a neta deste ilustre vereador, certamente só para chatear o João Silva, deu-lhe para nascer a meio do jantar e, apesar de vovô sair todo babadinho, lá ficou a mesa com menos um. Isto faz-se? É a prova acabada que os mais novos não têm respeito nenhum pelos mais velhos.
Estiveram alguns presidentes de juntas de freguesia –poucos, e curiosamente todos de fora da malha urbana.
Comerciantes da Baixa eram apenas dois –não vou nomeá-los que é para não ficarem vaidosos. Além disso ninguém me paga para fazer publicidade. Isso é que era bom!
E o resto do pessoal era quase tudo bombeiros… sei lá, quem sabe à espera que a “fogueira mediática” do Carlos Magno pegasse mesmo chama.
Resumindo e concluindo, a cidade não está virada para apagar velas e cantar parabéns. Por outro lado, é de salientar a falta de comparência dos homens do comércio. Não fica bem o que aconteceu ontem com esta desertificação. A gente já sabe que está tudo na “pelintragem”, mas, que diabo, é preciso aparentar o contrário. É ou não é?
No tocante aos políticos partidários da cidade, tenho de dizer, tenho muito que fazer –pelo menos a pensar na vida e tentar desenhar formas de me desenrascar-, mas se não tivesse, eu seja ceguinho se não lhes dava umas lições gratuitas de desempenho partidário. Então, se estes representantes não aparecem, como é que querem ser conhecidos e depois, amanhã, querem que votemos neles? E ainda há mais: será que o executivo, em peso, para dar o exemplo aos cidadãos, não deveria estar presente nestas galas de apoio? Diga-me lá, meu leitor querido, é de admirar que o comum, o “povoléu”, não compareça?
Sem comentários:
Enviar um comentário