Há dias, estava na companhia do Armindo Gaspar, presidente da APBC, Agência de Promoção da Baixa de Coimbra, a conversar. Passou um conhecido empresário de hotelaria da cidade. Palavra puxa palavra, como é que vai o negócio e tal e tal, e às tantas o nosso amigo comum diz isto: “o movimento diário está muito incerto, todos os dias ponho fora imensos bolos, pão, às vezes sopa e outras coisas mais! Se vocês souberem de alguém que quisesse ir lá buscar… todos os dias, eu dava de bom grado estes alimentos. Tem é de ser uma entidade credenciada de modo a poder passar-me um recibo do que recebe e de modo a eu poder justificar perante o fisco que não vendi. Por um lado, custa-me imenso pôr no lixo artigos que eu sei ser tão necessários a tanta gente que não consegue alimentar-se, por outro, ao fazê-lo, não estou a beneficiar-me nem a qualquer outra pessoa. Estou apenas a fazer o inevitável.”
Imediatamente, perante aquela solicitação, eu e o Armindo colocámo-nos em acção para tentar sensibilizar algumas entidades, entre elas a Câmara Municipal de Coimbra. Bastava apenas que passassem o recibo ao empresário e nos disponibilizassem um local na Baixa para, através de outros voluntários, dando cada um de nós uma hora, entre as 21 e as 22horas, para ir recolher ao estabelecimento hoteleiro e, diariamente, centralizar sempre no mesmo local a distribuição a quem tivesse necessidade. Não é uma boa ideia? Você, que me lê agora, estaria na disposição de colaborar neste projecto? Ou seja, no fundo, o que é preciso é apenas de fazer a ponte entre quem tem, e não sabe o que fazer, e os que nada têm. O que é preciso mesmo era centralizar num lugar fixo com horas certas para a distribuição.
Ainda deixo a interrogação? Algum de nós terá noção do que irá para o lixo todos dias, na cidade, sobretudo bens alimentares? Ora bem, esclareço, que este recolher de alimentos já é feito em algumas casas hoteleiras da cidade por algumas associações de entre ajuda a sem-abrigos, mas só em alguns dias da semana e conforme as necessidades. O que quer dizer que, no meu entender, fará todo o sentido abrir uma cantina diária aqui na Baixa ou noutro local da cidade para aproveitar os bens alimentares. Porque é que a Câmara Municipal não chama a si o comando deste projecto? Não me admira se esta ideia for mesmo levada avante. É uma boa ideia, não é?
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1 comentário:
Existe um projecto para a Alta de Coimbra, mas não sei se está alargado à zona da baixa e se funciona todos o dias da semana...assim como há mais comerciantes com sobras (de qualidade) também devem existir mais pessoas a necessitar...
http://www.atlaspeople.net/
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