quinta-feira, 26 de abril de 2012

CONTRA MAIS UMA AGRESSÃO A COIMBRA


 Hoje, cerca das 11h30, perante um reduzido número de pessoas, entre estas alguns profissionais da comunicação social, foi apresentado o documento subscrito por cerca de duas centenas e meia de cidadãos contra o encerramento da delegação da Agência Lusa, em Coimbra.
Na mesa de exposição da moção esteve António Arnault, advogado e escritor, Rui Avelar, jornalista do semanário Campeão das Províncias, e Olinda Lousã, funcionária bancária. Na plateia, sentados nas cadeiras do vetusto e reputado café da Baixa, podiam ver-se, entre outros anónimos, Abílio Hernandes, Amadeu Carvalho Homem, Agostinho Almeida Santos, Carlos Cidade, António Vilhena, Victor Martins Costa e Helena Freitas –a minha musa encantada, e senhora de todas as questões ambientais terrenas da cidade e do mundo.

E QUEM É QUE SE DEU AO PAPEL?

 São vários os nomes dos subscritores do documento a apresentar ao Ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares – e, para conhecimento, do Presidente do Conselho de Administração da Lusa, Presidente do Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social e Presidente da Comissão para a Ética, a Cidadania e a Comunicação da Assembleia da República. Entre eles, Barbosa de Melo, presidente da Câmara Municipal de Coimbra; João Gabriel Silva, Reitor da Universidade de Coimbra; Luís de Matos, mágico; Carvalho da Silva, ex-sindicalista; Boaventura Sousa Santos, sociólogo; Mário Ruivo e Paulo Mota Pinto, deputados, e, mais, muito mais pessoas interessadas no que se está a passar com a cidade.
Na longa lista de cerca de 250 assinaturas estão editores, comerciantes, investigadores, jornalistas, professores, músicos, advogados, encenadores, presidentes de junta, artistas, sindicalistas, bancários, vereadores da Câmara Municipal de Coimbra, poetas, funcionários públicos, físicos, engenheiros, enfermeiros, ex-reitores da Universidade de Coimbra, psicólogas, médicos, sociólogos, escritores, técnicos de turismo, ex-deputados, contabilistas, psiquiatras, militares, directores executivos, realizadores, produtores cinematográficos, etc.

MAS, AFINAL, O QUE DIZ O DOCUMENTO A APRESENTAR?

 A moção a apresentar às entidades acima citadas tem sete pontos. Começa por dizer que a delegação da Lusa, na cidade, tem 7 jornalistas e que estes, conjuntamente com o departamento, prestam um imprescindível serviço público de informação de qualidade a Coimbra, já desde os anos de 1970 e da desaparecida Anop.
Diz também que o eventual fecho destas instalações e “a dispersão dos jornalistas por outros locais, forçando-os a exercer a atividade profissional, isolados em suas casas, em regime de teletrabalho, afastados do enquadramento humano e profissional da redação onde sempre laboraram”, será altamente lesivo dos interesses de Coimbra, de toda a região centro, das autarquias, instituições, empresas e cidadão em geral.

COIMBRA FEZ MAL A QUEM?

 Perante mais esta machadada, é caso para perguntar que mal teria feito Coimbra aos senhores de Lisboa para merecer estar continuamente a ser maltratada pelos sucessivos governos? É curioso, porque no anterior executivo de Sócrates, quando, por exemplo, se transferiu a direcção de Economia para Aveiro dizia-se que a razão era a cor partidária que subjazia à decisão –uma vez que o executivo autárquico da cidade era do PSD. Agora, com os social-democratas no governo que desculpa vamos dar?
Uma coisa é certa, está na altura de todos os cidadãos –não só nesta questão, como também em outras- chamarem a si a interveniência política –da polis- e defenderem o pouco que já nos resta. Não podemos admitir continuarmos a ser espezinhados e aceitar pacificamente a bipolaridade do país entre Lisboa e Porto. Temos todos que sair do sofá, e, se preciso for, virmos para a rua gritar: “não nos esmaguem mais a nossa autoestima. Também somos cidadãos nacionais!”


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