Hoje, cerca das 11h30, perante
um reduzido número de pessoas, entre estas alguns profissionais da comunicação
social, foi apresentado o documento subscrito por cerca de duas centenas e meia
de cidadãos contra o encerramento da delegação da Agência Lusa, em
Coimbra.
Na mesa de exposição da moção
esteve António Arnault, advogado e escritor, Rui Avelar, jornalista do
semanário Campeão das Províncias, e Olinda Lousã, funcionária bancária. Na
plateia, sentados nas cadeiras do vetusto e reputado café da Baixa, podiam
ver-se, entre outros anónimos, Abílio Hernandes, Amadeu Carvalho Homem,
Agostinho Almeida Santos, Carlos Cidade, António Vilhena, Victor Martins Costa
e Helena Freitas –a minha musa encantada, e senhora de todas as questões
ambientais terrenas da cidade e do mundo.
E QUEM É QUE SE DEU AO PAPEL?
São vários os nomes dos
subscritores do documento a apresentar ao Ministro-adjunto e dos Assuntos
Parlamentares – e, para conhecimento, do Presidente do Conselho de
Administração da Lusa, Presidente do Conselho Regulador da Entidade Reguladora
para a Comunicação Social e Presidente da Comissão para a Ética, a Cidadania e
a Comunicação da Assembleia da República. Entre eles, Barbosa de Melo,
presidente da Câmara Municipal de Coimbra; João Gabriel Silva, Reitor da
Universidade de Coimbra; Luís de Matos, mágico; Carvalho da Silva,
ex-sindicalista; Boaventura Sousa Santos, sociólogo; Mário Ruivo e Paulo Mota Pinto,
deputados, e, mais, muito mais pessoas interessadas no que se está a passar com
a cidade.
Na longa lista de cerca de 250
assinaturas estão editores, comerciantes, investigadores, jornalistas,
professores, músicos, advogados, encenadores, presidentes de junta, artistas,
sindicalistas, bancários, vereadores da Câmara Municipal de Coimbra, poetas,
funcionários públicos, físicos, engenheiros, enfermeiros, ex-reitores da
Universidade de Coimbra, psicólogas, médicos, sociólogos, escritores, técnicos
de turismo, ex-deputados, contabilistas, psiquiatras, militares, directores
executivos, realizadores, produtores cinematográficos, etc.
MAS, AFINAL, O QUE DIZ O
DOCUMENTO A APRESENTAR?
A moção a apresentar às entidades
acima citadas tem sete pontos. Começa por dizer que a delegação da Lusa, na
cidade, tem 7 jornalistas e que estes, conjuntamente com o departamento,
prestam um imprescindível serviço público de informação de qualidade a Coimbra,
já desde os anos de 1970 e da desaparecida Anop.
Diz também que o eventual fecho
destas instalações e “a dispersão dos jornalistas por outros locais,
forçando-os a exercer a atividade profissional, isolados em suas casas, em
regime de teletrabalho, afastados do enquadramento humano e profissional da
redação onde sempre laboraram”, será altamente lesivo dos interesses de Coimbra,
de toda a região centro, das autarquias, instituições, empresas e cidadão em
geral.
COIMBRA FEZ MAL A QUEM?
Perante mais esta machadada, é
caso para perguntar que mal teria feito Coimbra aos senhores de Lisboa para merecer
estar continuamente a ser maltratada pelos sucessivos governos? É curioso,
porque no anterior executivo de Sócrates, quando, por exemplo, se transferiu a
direcção de Economia para Aveiro dizia-se que a razão era a cor partidária que
subjazia à decisão –uma vez que o executivo autárquico da cidade era do PSD.
Agora, com os social-democratas no governo que desculpa vamos dar?
Uma coisa é certa, está na altura
de todos os cidadãos –não só nesta questão, como também em outras- chamarem a
si a interveniência política –da polis- e defenderem o pouco que já nos resta.
Não podemos admitir continuarmos a ser espezinhados e aceitar pacificamente a
bipolaridade do país entre Lisboa e Porto. Temos todos que sair do sofá, e, se
preciso for, virmos para a rua gritar: “não nos esmaguem mais a nossa autoestima.
Também somos cidadãos nacionais!”
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