quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A VERGONHA DAS VERGONHAS...

(IMAGEM DA WEB)


 Veja aqui na SIC online, onde se noticia que a PGR, Procuradoria-Geral da República, disponibilizou a partir de hoje um site na Internet, com uma página, para a denúncia de actos de corrupção e fraudes, podendo o autor da comunicação manter o anonimato.

A vergonha das vergonhas! Quando em nome de um Estado o seu defensor público apela à denúncia anónima, isto só pode significar que nem este defensor, nem este Estado, merecem o mínimo de credibilidade.
Não sei o que andará a fazer a oposição no Parlamento, mas esta medida da PGR é indigna, é uma afronta ao Estado de Direito, que parece ser, avocando este desvio do respeito que todos os indivíduos merecem, uma medida arbitrária de um qualquer estado centralizado, fascista ou marxista-leninista.
É um ultraje! É uma caça às bruxas num país que está doente. E a PGR, ao incutir, ao desenvolver a denúncia anónima, está a contribuir para a podridão, para o subterfúgio, para o atirar e fugir, para a cobardia de quem está frustrado e precisa de atirar em alguém.
Esta medida ignóbil mostra a impotência e a incapacidade de conseguir lidar com a criminalidade de luva branca. Mas fazer de um qualquer cidadão bufo é demasiado estúpido para ser verdade.
Espero, sinceramente, que a oposição, pela dignidade que os portugueses merecem, obrigue a retirar este recuo ao tempo da PIDE/DGS.
Tristeza de país este, que tão maltrata a respeitabilidade dos seus nacionais.


Bertold Brecht (1898-1956)

"Quando os nazistas levaram os comunistas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era comunista.
Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era social-democrata.
Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista.
Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu.
Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse"



Martin Niemöller, 1933
símbolo da resistência aos nazis

Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles,
Depois fecharam ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho...

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