terça-feira, 30 de novembro de 2010

CUIDADO COMIGO. LONGE...LONGE!

(IMAGEM DA WEB)



 Hoje estou com tendências homicidas. Fujam! Fujam! Ainda não sei bem porquê, mas desconfio que apanhei ontem um vírus ao ver o programa da “Fatinha” Campos Ferreira, na RTP1. Aquilo era dívida para aqui, mercados para acolá, gráficos para aquele outro. E o problema é que creio que a maldita virose veio do Daniel Oliveira.
Eu até creio que senti o preciso momento em que fui picado pela peçonha. Tenho quase a certeza que foi quando o jornalista do Expresso cravou os olhos negros ameaçadores em Medina Carreira e o colocou no lugar. Eu que estava sentado no sofá, longe dos dois, pelo impacto, até fiquei zonzo. Eu seja ceguinho. Imagino como deveria ter ficado o grande anunciador da desgraça. Aquilo, com um arremesso daqueles, aposto, deu cabo do pobre ex-ministro das finanças cavaquistas.
Habituado a reinar, como quem diz, a espalhar os males de todos os políticos que nos governaram depois do 25 de Abril –menos naquele ano em que ele foi ministro-, logo ontem, sem que nada o fizesse prever, o raio do jornalista, que estava mais contundente que o badalo do sino da igreja de Santa Cruz, sem ter contemplação pela provecta idade do homem, pumba! E se ele morria em directo? Confesso que sentado no meu velho sofá ainda lancei um apelo à imagem de Nossa Senhora dos Aflitos, não fosse o diabo tecê-las, mas por acaso, ou fosse pela sua graça ou não, a verdade é que o velho refilão lá se aguentou. Mas que balouçou, que parecia a carroça do “timpanas”, lá isso balouçou.
Fosse por isso ou por outra coisa qualquer, a verdade é que, furibundo, como estou hoje, se apanhasse a crise à minha frente limpava-lhe o sarampo. E até as agências de “rating”, dava-lhes um pontapé nas partes de baixo que elas aterravam logo. Ai, se eu apanhasse, então, o FMI! Ai! Nem sei bem o que lhe faria, mas estou convencido que lhe dava um “tiraço” na cornadura. E os “mercados”, de que tanto falaram ontem lá no “Prós e Contras” da menina Fatinha –a propósito, repararam como ela está bela sem estar à janela? E quando ela estava de “pernona” cruzada? Viram aqueles sapatos, tipo antigo “campeão português”? Gostei mesmo dos sapatos…lá isso gostei!
Estou cá com uma gana –calma, não é à Fatinha, essa não!- a essa cambada de inimigos invisíveis do povo que nos perseguem a todos…ai se estou! É que isto tudo parece um complot para dar razão ao Medina Carreira, sei lá! Também é certo que ele anda há tantos anos a tocar o mesmo disco que, pela teimosia, acabaria por acertar. Mas, tenho que voltar a escrever a mesma coisa, este ambiente irrita-me e provoca-me uma ira incontrolável. E até umas borbulhas que me dão uma coceira danada. Se ao menos ainda tivéssemos qualquer coisita para nos distrair, ainda vá que não vá, mas não há nada! Se ao menos caísse o governo, nem que fosse só para animar malta, que diabo, mas nem isso! O Mundial de futebol é só lá para 2018. Por este andar, sem qualquer coisa que nos desvie a atenção, quem é que lá chega? Ficamos mais mirrados e esticadinhos que os cubanos, com um salário médio de 20 dólares –leia aqui no Público uma boa reportagem, se tiver paciência.
O que eu acho mesmo giro é o facto de os políticos, todos, se acusarem mutuamente. É um espectáculo. E então agora esta do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, vir com um manifesto eleitoral? Não é o máximo? É assim um rol de programa “engana-tolos”, sabendo nós que a função do presidente é assim uma espécie de Santantoninho casamenteiro. Se fizer o milagre está bem, se não fizer é igual. Está sempre tudo “numa nice”! Nunca perde por não cumprir.
Bom, também estou a ser um bocado parvo, tenho de confessar. Eu não li o documento de exaltação, mas aposto que será assim uma cópia do “Manifesto Anti-Dantas”, de Almada Negreiros, em 1916, não sei se estão a ver?! O Almada queria atacar O Dantas e aquela cambada de chusmas de literatos e intelectuais todos da época. Cavaco, aparentemente sem passar cavaco, com o seu manifesto, diferentemente de Medina Carreira, não quer só atingir esta cambada de políticos imbecis que o rodeiam, mas também os que se lhe querem colar. Não sei se repararam na sala completamente completa sem um lugarzinho vaguinho. Este manifesto presidencial, contrariamente ao do Negreiros que era futurista, é três em um. Ou seja, é um referencial para o passado, é um acalmar das dores para o presente e é um antibiótico para o futuro. Bom, convenhamos também que este actual manifesto não era tão satírico e insultuoso como o outro. É assim tudo em banho-de-maria. Está de ver que Almada não percebia nada da coisa. Era novo e tinha sangue na guelra. Bom, também não era economista, que é assim uma espécie de chapéu que cabe em todas as cabeças, duras moles, assim assim e outras que tais.
Bom, já estou mais calmito. Venha lá crise e o FMI. Já que tem de ser, que seja!

2 comentários:

Eduardo Dinis Henriques disse...

Tem toda a razão é uma vergonha estes corta casacas televisivos. Infelizmente fala-se muito. Mas nada se diz. E os profissionais da televisão com estas tretas ganham rios de dinheiro. Num país a passar fome.
Quanto a mim, depois do 25 da desgraça. Que fez uma ponte num dia. Negou a nacionalidade a milhões de portugueses. E instaurou esta oligarquia política. De mútuos mal dizentes. Tudo o que vier, é papas de milho com mel. Mas antes do FMI. Deviam mandar o FBI Ou uma força judicial com plenos poderes para investigar as contas da nação. E exaustivamente os haveres dos políticos e seus familiares.
Cordiais cumprimentos
Eduardo

LUIS FERNANDES disse...

Muito obrigado, Eduardo, pelo acutilante comentário. Volte sempre. As portas estão escancaradas e à espera dos brilhantes desabafos.
Abraço.