quarta-feira, 17 de agosto de 2011

E DEPOIS DO ADEUS À LOJA DO CIDADÃO?





 Miguel Relvas, Ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, afirmou ontem que o Governo não irá manter as Lojas do Cidadão com rendas elevadas. Neste vídeo da SIC, pelo apresentador, é mesmo feita referência à loja de Coimbra.
Ao que se consta, este importante pólo catalisador de público situado em pleno coração da Baixa –e aqui implantado graças ao esforço de Horácio Pina Prata, enquanto vice-presidente da autarquia- paga por mês muito próximo dos 50 mil euros.
Para sermos honestos teremos de colocar todas as premissas em cima da mesa. E a primeira que surge é que, perante os tempos presentes e que se avizinham, este montante é um absurdo. No mínimo terá de ser renegociado para valores equilibrados e de acordo com uma racionalidade que se impõe. A segunda premissa que vem à baila é o que restará à Baixa se, eventualmente –e esperemos que não- esta loja fosse deslocalizada para outra parte da cidade?
E esta pergunta, é bom que a coloquemos, terá de ser equacionada. Se tal acontecesse seria mesmo o fim desta zona comercial. Esta parte da cidade, perante vários atentados, comercialmente está presa por “guitas”. Basta um pequeno sopro para se desmoronar como um castelo de cartas.
Na última década, resultado de uma inqualificável direcção política por parte do governo Sócrates, várias direcções-gerais foram deslocalizadas para outras cidades em redor, algumas como Aveiro, e a cidade, enquanto destino central e necessário, foi trocado por outros.
Já estamos habituados a cada tiro cada melro. Isto é, entra governo, quer seja PS ou PSD, e sai asneira. Por isso mesmo trago este assunto aqui à colação para que, com tempo, se comece a pensar na melhor defesa.
Nos últimos tempos, para além das referidas direcções, vimos saírem do Centro Histórico –Alta e Baixa- a esquadra da PSP; vários pólos universitários; o Conservatório; devido à promessa de implantação do Metro Ligeiro de Superfície, desaparecimento de vários moradores e vários estabelecimentos comerciais; a Associação de Futebol de Coimbra: o encerramento recente de vários postos de correios.
O que subjaz “Nesta Coimbra que não sabe para vai –e por isso não vai a lado nenhum”, é que a cidade aceita tudo de ânimo leve. Não se move para nada em defesa dos seus interesses.
A autarquia tem-nos habituado a agir em cima do acontecimento e quando já não há nada a fazer. Por outro lado, a meu ver, nunca pede envolvimento à sociedade civil. Age sempre só e mal.
As associações empresariais de classe, preocupadas com a sua sobrevivência, já morreram há muito. O que resta, se é que ainda existe alguma coisa, é o seu espírito combativo de outros tempos que está na nossa memória colectiva. 
Por outro lado, as forças políticas na cidade vêem sempre o problema sob a óptica partidária e do seu interesse pessoal de progressão na carreira. Se estiverem na oposição é uma maravilha, toca de desancar no governo. Se forem da mesma coloração ninguém os ouve bramir contra a injustiça da medida contra a cidade. 
Temos alguns bons exemplos de contrariar as ordens emanadas de Lisboa? Temos, sim! Poucos, mas bons. É o caso da não saída do Tribunal de Círculo de Coimbra, que graças à persistência de Arménio Pratas, na altura, vice-presidente da ACIC, Associação Comercial e Industrial de Coimbra, conseguiu impedir a sua mudança para a outra margem do rio. É também o caso da não construção do viaduto por cima do Choupal por um grupo de cidadãos unidos em plataforma –Plataforma do Choupal.
Em resumo, é preciso criar na cidade uma “task force” em defesa do que é mais importante.
O que é grave é que, na maioria das vezes, como neste caso de defesa do Choupal, estas pessoas são apelidadas por quem nada faz ora de comunistas, ora de “empata progresso”.


2 comentários:

Jorge Neves disse...

Encerrem tudo, transfiram tudo!Mas não se esquecam que em Coimbra tambem existem pessoas que os ajudaram a eleger com os seus votos.
Cambada de sacanas!
Acho muito curioso, tanto elogiavam o Passos Coelho e criticavam o Sócrates e agora já não existe Sócrates e as medidas são piores e ninguem tem a coragem de criticar, ainda estão a pensar em algum tacho?

Jorge Neves disse...

Ao ler um post no Blogue Questões Nacionais e de visualizar o vídeo acerca do possível encerramento da Loja do Cidadão em Coimbra, levou-me a questionar alguns moradores, comerciantes da baixa de Coimbra acerca do assunto.
Todos foram unanimes a afirmar que se o encerramento ou deslocação da Loja do Cidadão para outra localização para fora da baixa da cidade, vai ser o enterro definitivo do que resta do comércio tradicional. É caso para dizer que vão enterrar vivo o que resta do comércio na baixa da cidade.
Lanço aqui um alerta em forma de pedido para mobilizar todas as forças vivas da cidade, sejam elas partidos políticos, incluindo o próprio PSD, Câmara Municipal de Coimbra, ACIC, APBC, comerciantes, moradores, Juntas de Freguesia e os cidadãos anónimos, para nos juntarmos e consciencializarmos todas as pessoas para o risco do encerramento da nossa Loja do Cidadão.
Eu preponha num Sábado do próximo mês de Setembro um cordão humano em volta do edifício da Loja do Cidadão para demonstra-mos a este Governo que não pode ser o coveiro do comercio tradicional na baixa de Coimbra.
Conto com a colaboração de todos e vou criar um evento público na minha página do Facebook