Na próxima sexta-feira iremos ter mais uma iniciativa promovida pela Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, (APBC) sob o lema “o Comércio vem para a Rua”, em prol da revitalização da Baixa e do desenvolvimento do seu tecido comercial.
Hoje, cerca das 15h00, na bonita esplanada do largo da Portagem, Armindo Gaspar, presidente da APBC, explicou aos jornalistas presentes em que consiste mais esta acção.
“Na próxima sexta-feira, dia 2 de Setembro, a partir das 10 e até às 24h00, em final de época de saldos, com preços mais económicos, iremos ter o comércio a vender na rua. Teremos várias iniciativas de animação, como grupos de folclore, saltimbancos, os concertinistas da Lousã e ainda uma diversidade destinada a vários públicos.
Com a participação de vários restaurantes iremos fazer uma ementa dedicada a um tema gastronómico: o bacalhau. Serão colocados a concurso vários pratos que serão apreciados por um júri.
Para além disso, os Bombeiros Voluntários estarão na Baixa para realizarem uma acção de sensibilização. Precisam de toda a nossa ajuda. Tentarão vender pequenos objectos para realizarem alguma verba de que tanto necessitam, e também tentarão fazer novos associados.
Todos sentimos a Baixa como sendo nossa, mas ela é património de todos. Por isso mesmo é preciso que venham todos na próxima sexta-feira ao Centro Histórico.
Aderiam a esta iniciativa 267 estabelecimentos, entre lojas comerciais e restaurantes.
No princípio, quando começámos, havia escassas dezenas de adesões. Hoje são quase 300. Com teimosia, com poucos meios, vamos conseguindo fazer frente às grandes áreas comerciais.
Gostaríamos de ter uma adesão de 100 por cento, mas, apesar de tudo e com este resultado, sentimos que estamos no bom caminho e estamos satisfeitos. A continuar assim, pensamos, dentro em breve teremos todo o tecido comercial e industrial de hotelaria a aderir.
É preciso que os comerciantes entendam que estamos numa guerra de mercado. Sozinhos, sem unidade, não iremos a lado nenhum. Quanto maior for a adesão mais fortes nos tornaremos.
Em breve anunciaremos novas formas de reanimar esta parte comercial.
A semana passada entraram novos sócios para a APBC. Actualmente, somos cerca de 200, mas precisamos de muitos mais. Num universo de cerca de 600 operadores comerciais estamos ainda muito aquém do nosso objectivo.
Se houver boa-vontade; se se entender esta zona como um condomínio e se se partilharem as dificuldades, com muita persistência, alcançaremos os nossos objectivos”, declarou Armindo Gaspar aos jornalistas no Largo da Portagem.
NOVOS PROJECTOS ESTÃO NO AR
Continua Armindo Gaspar, “o nosso projecto para o ano foi aprovado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional em 70 por cento. Nunca tal percentagem tinha ido além de 65. Parece-me ser compreensível termos e mostrarmos alguma vaidade. Temos credibilidade e as pessoas, que aprovam os projectos, acreditam em nós.
O total do projecto é de 170 mil euros. Só nos garantem 70 por cento desta verba. Temos de arranjar os outros 30 por cento. Temos ajuda da Câmara Municipal de Coimbra que também participa.
Os associados, para além da sua quota mensal, não pagam mais nada para estes espectáculos que se realizam na rua.
A seu tempo iremos apresentar outras ideias, como por exemplo a “Gazeta da Baixa”, enfatizou Armindo Gaspar.
OS COMERCIANTES NÃO QUEREM TRABALHAR AO SÁBADO
Por nenhum jornalista foi colocada a questão de esta iniciativa ter sido projectada para o sábado, dia 3 de Setembro, e, por falta de adesões dos profissionais do comércio, a APBC se ter sentido obrigada a recuar na intenção e ter antecipado esta festa de reabilitação urbana para a sexta-feira. Um recuo que deveria envergonhar os comerciantes. Não se entende como é que perante tantas dificuldades estes mercadores continuar a navegar à bolina e muito próximo da costa, não querendo esforçar-se para entrar mar-adentro, continuando no mesmo “ramram”, e irem ao encontro do que os consumidores esperam desta tão reputada zona comercial que, com o seu ambiente tão “sui generis” a todos encanta. Quando acordarão os comerciantes para enfrentarem os tempos difíceis que aí virão nos próximos meses?
E A ACIC? POR ONDE ANDA?
Apesar das muitas dificuldades que o comércio de rua atravessa, com a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal a ser ouvida no Parlamento e a afirmar que estão a encerrar cerca de uma centena de lojas diariamente, a Associação Comercial e Industrial de Coimbra, (ACIC) aparentemente, tal como os comerciantes em não quererem trabalhar ao sábado, parece estar alheada de toda a movimentação que se passa a jusante.
Será que a ACIC está de férias? Quando regressa? Esperemos todos que seja breve.
2 comentários:
Antes de mais, as minhas felicitações à APBC por mais esta iniciativa, a qual irei acompanhar in loco.
Claro que a recuperação, para mais num momento nacional e mundial de grave crise económica, não passa só por iniciativas deste género. Passa, evidentemente, por muito mais.
Mas passa, fundamentalmente, por algo referido no texto: a vontade dos agentes económicos, nos que deveriam ser os primeiros interessados, apoiantes e dinamizadores.
De uma vez por todas, o comerciante tem de ter presente que é ele quem tem de ir ao encontro do consumidor. Longe vão os tempos em que toda a Beira vinha comprar à baixa de Coimbra e em que bastava abrir a porta para os compradores entrarem e comprarem, mesmo se com mau atendimento.
Infelizmente, isso ainda não parece ter sido entendido.
A este propósito, vou recordar uma situação, pessoalmente testemunhada. Estávamos em 1966. Em representação de uma selecção universitária, encontrava-me em Vigo. Um dia, muito perto da meia noite, um barco de cruzeiro, por certo com elevado número de turistas, atracou naquele porto. O navio, apesar da hora, fez ouvir a sua buzina. Pois, minutos passados, foi ver as lojas a abrirem e os seus proprietários ao balcão a atenderem aqueles inesperados compradores. Vão lá cerca de 45 anos ! E mais não digo.
António Martins
excelente iniciativa!
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