Quem me segue aqui, através do blogue, sabe que redijo sobre um pouco de tudo e sobre qualquer tema excepto futebol –que não percebo patavina. Mas o que me levará a escrever rapidamente será, por exemplo, um qualquer acontecimento que se verifique aqui no Centro Histórico. Poderá ser acerca de um transeunte que caiu num qualquer buraco; pode ser um qualquer assalto; pode até ser uma loja que abriu ou encerrou. É evidente que estabeleço prioridades. Naturalmente que uma senhora que caiu será noticiado imediatamente e logo que me seja possível escrever. Já a abertura ou encerramento de um estabelecimento não será prioritário. Ou seja, mesmo não sendo jornalista, consigo discernir o que é serviço de interesse público mediato e imediato.
Ora, depois deste intróito, às vezes custa-me muito a entender o procedimento dos meios de informação. É lógico, ainda não o referi, que uma escolha deste ou daquele tema implica uma elevada carga de subjectividade. Porém, na minha clarividência, refiro outra vez, quem escreve, está obrigado a ter um sexto sentido associado. É como se tivesse uma campainha que toca quando está em presença de algo que foge ao comum, e que deve ser notícia. Isto é, que, pela sua invulgaridade em si mesma, será motivo de conhecimento ou alerta para a comunidade. Se for de conhecimento é apenas um facto que se destaca no quotidiano. Se for de alerta, é obrigação de qualquer meio de informação divulgar e, com essa propagação pública, estabelecer um raio de protecção na sua imprevisibilidade a quem da notícia tomar conhecimento.
E por que é que estou para aqui com este arrazoado todo? Perguntará o leitor. Muito simples: há uma empresa espanhola que, através de um procedimento bacoco e na maior das impunidades, faz questão de nos colocar na cabeça um chapéu de burro. Refiro uma empresa denominada “Guia Telefax Anuário Professional”, com sede em Espanha e que, como disse atrás, fazendo dos portugueses totós, anda há cerca de dois anos a enviar às empresas um questionário como se fosse um “Registo de Comércio Português”. O que acontece é que centenas ou milhares, pensando que estão a colaborar com informações e dados estatísticos, estão a subscrever um contrato irregular de prestação de serviços. Os tais “nuestros hermanos”, talvez porque se julgam mais inteligentes do que os vizinhos portugueses, deixam passar os 14 dias de possibilidade de denúncia contratual e enviam a conta.
Não se sabe bem, mas será possível terem caído neste logro centenas ou milhares de empresas.
Há um ano atrás denunciei aqui no blogue esta fraude. Já recebi algumas dezenas de comentários… anónimos. Muitos deles a pedirem-me ajuda, como se eu pudesse fazer alguma coisa para além de noticiar e alertar. E o que é que eu fiz mais para além de escrever aqui nesta página virtual? Interrogará você outra vez, leitor.
Olhe telefonei para um jornal cá da cidade para que, embora a um público local e restrito, desse parte aos seus leitores para que se prevenissem. Até hoje, continuo à espera da notícia.
Tenho um amigo que é jornalista na Lusa, há uns tempos dei-lhe conhecimento deste anómalo facto. Disse-me que precisava de alguém que desse a cara. Alguém que tivesse mesmo subscrito o contrato e tivesse mesmo caído no logro. Fiz aqui um apelo e apareceu uma empresa que estava disposta a dar a cara pela prevenção de futuras situações. Até hoje, continuo a à espera que o meu amigo escreva umas linhas sobre este assunto.
Tenho uma amiga que é jornalista da SIC, e que já me pediu alguns favores. Enviei-lhe um e-mail para ver se era possível editar esta notícia no canal de Balsemão. Até hoje continuo sentado à espera.
Agora, por amabilidade de um dos contactados por esta empresa espanhola, chamou-me a atenção para uma notícia no “Portal da Queixa”.
Em jeito de final deixo as perguntas: o que interessará aos meios de informação? Será só o que tenha a ver com a crise? Só interessam notícias de incêndios ou assaltos? E a prevenção para tudo isto, não caberá aos jornais e à televisão?
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