O Augusto é vendedor,
nesta feira de velharias,
desapega-se com amor,
memórias de muitos dias,
são para ele o motor,
o motivo de correrias,
que o leva como batedor
do Norte até terras algarvias,
o negócio não é promissor,
agora não está para fantasias,
ainda por cima com este calor,
que dá uma soneira de alivias,
enquanto se “passa” olvida a dor,
até aparecerem outras alegrias,
assim é a vida de fornecedor,
que faz operações sem anestesias,
de um mostrengo faz um navegador,
muda o sofrimento em ninharias,
dá um colorido ao negro ardor,
o que era a vida sem romarias,
sem a militância do venerador,
pouco importam as gritarias,
se ele descansa sem temor,
não quer saber de vistorias,
da Troika ou outro igual salteador,
deixem-no dormir sem arrelias,
Augusto é mesmo trabalhador,
não é igual a qualquer rico fingidor.
Sem comentários:
Enviar um comentário