sexta-feira, 19 de agosto de 2011

DESCULPE... DESCULPE...

(IMAGEM DA WEB)


 Ontem, cerca das 20h00, fui retomar o meu carro que deixara estacionado numa ruela ali próximo do Terreiro da Erva. 
Junto à viatura, da minha porta esquerda, um toxicodependente, homem ainda novo, preparava o seu “caldo” para se ejectar. Eu disse boa tarde e aparentemente tudo fiz para não dar importância ao quadro. Ele, pela minha reacção ou não, ficou mais atrapalhado do que eu, só repetia: “desculpe… desculpe…”
Eu concluí: meu caro, você está na sua vida, eu estou na minha. Nada tenho com a sua!
E ele, novamente, com voz sofrida e pungente: “desculpe… desculpe!”
Aquelas palavras, daquele homem em sofrimento, naquela cena, tiveram o mesmo efeito de um chicote em mim. Enquanto viajava para casa, a frase “desculpe… desculpe” foi a ecoar na minha cabeça.
Partilho este sentimento consigo, leitor. Talvez valha a pena pensar nisto.

2 comentários:

Jorge Neves disse...

Quer queiram quer não queiram a toxicodependencia é uma doença que mata o proprio e destroi familias inteiras.
Muitas das vezes os "drogados" como lhes chamam ou os doentos por excesso de consumo de Substancias toxicas como lhes prefiro chamar, são culpados de muita coisa que não têm culpa.

Anónimo disse...

Por acaso foi consigo,Luís.E se fosse com outra pessoa?Que não reagisse muito bem á situação,que é degradante sem dúvida,ou pelo contrário,reagisse mal?
Perante isto a discussão da existência das salas de chuto impõe-se.Não sei,ainda se sou a favor ou não,mas que era melhor injectarem-se numa sala destas em vez de se encostarem a um qualquer carro,isso era de certeza!
Abrço,Marco