Antes de ontem à tarde, no dia 23, escrevi um texto e comuniquei à Câmara Municipal, através do e-munícipe, que uma laje, na Praça do Comércio, estava desalinhada das outras, isto é, levantada, e a fazer cair os transeuntes. Quem me avisou foi uma das vítimas. Vim saber depois que a pedra já estava assim há meses e sem que ninguém se desse ao trabalho de informar a autarquia. Hoje constatei que vários funcionários dos serviços, para além de repararem aquela, consertavam outras vizinhas.
Para mim, não é surpresa esta celeridade no arranjo de buracos cá na Baixa. Já o escrevi aqui no blogue, sempre que comunico, normalmente, mais coisas menos coisas, no tempo de três dias, os serviços restauram. Então surge a pergunta? Se os serviços respondem com eficácia por qual a razão de ninguém se dignar telefonar para a edilidade num tempo em que as chamadas telefónicas fixas são grátis? É evidente que poderão ser vários os motivos, mas, para mim, que sou mauzinho, ninguém me tira da cabeça que não o fazem para poderem dizer que quem está na autarquia não faz nada. É como se, contrariamente ao devido, as pessoas se alimentassem de veneno e do mal dos outros. Cada queda que um transeunte dá num local destes é mais um sorriso de escárnio e maldizer que estas pessoas proclamam.
Ainda há bocado, a propósito deste acontecimento, disse a um comerciante que se aquela pedra estivesse à minha porta, não tenho dúvida nenhuma, eu a teria levantado, escavado no seu colo, e ela teria assentado de modo a não fazer cair ninguém. Resposta pronta do meu interlocutor: “isso é que era bom! Eles estão lá para quê?”. Estes “eles”, são os outros, aqueles que são eleitos, os que ganham balúrdios. São eles que devem fazer tudo –há aqui uma irracionalidade, um ódio visceral aos políticos em geral.
Não vale a pena dizer a esta gente que em vez de pedirem à Câmara Municipal para fazer algo por eles, perguntem-se a si mesmo o que podem fazer por ela…como quem diz por todos. Mas isto é linguagem que poucos entendem. Talvez os mais velhos saibam bem do que escrevo…como aqui o Francisco Veiga.
1 comentário:
Caro colega e amigo Luís, concordo inteiramente com as suas palavras.
A minha maneira de ser e de estar na sociedade também me leva a ter boas atitudes cívicas como a sua e do caro Francisco Veiga.
Também ando sempre a repor as pedras das calcadas da baixa, a fotografar os buracos e lajes partidas, tampas de saneamento estragadas, candeeiros sem lâmpadas etc.
Vou fazendo o que a minha consciência que diz para fazer, se sou burro? Penso que não, dou muita importância a pequenas “coisa” que para muita gente são grandes “coisas”, não sou Deus nem Santo, ando entre os dois, mas tento com todo o afinco que Deus actue e que o (s) Santo (s) ajude (m).
Jorge Neves
Vogal Independente na Assembleia de Freguesia São Bartolomeu
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