sábado, 10 de julho de 2010

BOM DIA PESSOAL...

(IMAGEM DA WEB)


 Então, rapaziada, como é que está correr a coisa? Bem, é evidente! Estou ver o senhor “Chico”, a dona Francelina e os meninos, todos, com esse ar desportivo. Vão até à praia fluvial…é isso? Olha para o “ti Chico", com as bermudas ao fundo da barriga…tem de emagrecer, homem! Anda a comer fiado…não? Pois, não diga nada, eu sei que é difícil conter o raio do pneu. Eu passo as mesmas agruras. Se ainda ao menos mudassem o conceito e o modelo de beleza?! Isto não é um bocado estúpido tomar-se os magros como paradigma? Já reparou que os gordos são muito mais felizes que os magricelas?
Bom, mas isso também não interessa nada, cada um é como é, e mais nada! Para que estou eu para aqui a defender teses impossíveis de levar à prática? Vamos mas é mudar de assunto.
 Olhe, hoje, olhando, aqui ao lado, para o contador de visitas do blogue, reparei que passei os 100 mil registos. Tantos como a população da cidade de Coimbra. Tenho a perfeita noção de que não é muito. Embora o site já tenha três anos, só coloquei o “recepcionista” há cerca de dois. Ao escrever isto, acredite, estou a rir-me da minha cara. Isto nem sequer deveria constituir assunto. Mas que quer? Quem escreve –lembro, porque tenho falado com outros e o comportamento é similar- precisa de ser lido. Bem sei, e não fujo à regra, que se trata de vaidade. É inevitável não conviver com ela. Ter este pequeno jornal, que me permite escrever todos os dias sobre o que me der na veneta, é como se cuidasse de um pequeno animal que encontrei na rua abandonado, como se fosse uma flor que assisti ao seu nascimento. Ou, se calhar, talvez um filho que apoio, tudo ensino o que sei, tentando fazer dele uma pessoa credível e acreditada no meio em que se insere, dando permanentemente conselhos para não se acomodar e intervir politicamente nas decisões da polis. Bem sei que a maioria olha para o que escrevo com um misto de interrogação e condescendência. Interrogação, porque se perguntam: “mas, afinal, para que escreve ele? O que é ganha com isso?”. Em condescendência, certamente porque pensam: “olha lá está ele a colocar-se em bicos de pés, a opinar sobre tudo e mais alguma coisa…deixem-no lá, coitado! É uma forma que ele arranjou para dar nas vistas! Conversa, conversa…obra feita…nada!”.
O problema é que quem pensar isto eu dou razão. Afinal para que escrevo eu? A verdade é que não sei. A única coisa que tenho noção é que preciso de o fazer todos os dias. É como se eu estivesse dependente deste acto diário. O grave é que não ganho nada com isto, antes pelo contrário chego mesmo a perder. Tantas são as vezes que estou no trabalho e vem alguém conhecido e vizinho ter comigo, os meus “repórteres” como costumo dizer,  “ó pá, está acontecer isto ali na rua do Sol posto!”. E, fechando a porta, pegando na máquina fotográfica, numa ansiedade danada, lá vou eu a correr para ver o que aconteceu e escrever o mais rapidamente possível. Tenho consciência de que este comportamento foge um bocado à racionalidade de que deveria ter. Porque a pergunta que faço a mim próprio, quase todos os dias, é, afinal, porque escrevo eu? Quem é que me encomendou o frete? Porque é que não acabo com isto de vez? Porque o estranho é que se, por um lado, ao escrever, me dá uma paz de espírito inexplicável –é como se eu, em viagem temporal, me transcendesse através das galáxias-, por outro, se não escrever, cria-me uma grande ansiedade.
 Claro que, não sei bem se é para me contentar e tentar desculpar, tenho noção que, apesar de aparentemente ninguém ligar ao que escrevo, muitas vezes consigo impressionar um determinado receptor. Mas será que apenas para influenciar alguém, através deste novo instrumento global que são os blogues, valerá a pena manter a página actualizada todos os dias? Costumo dizer em conversas de justificação que este meu comportamento quase a raiar a adição é muito próprio de homens. O género masculino, creio, é muito dado à obsessão. Uns fazem colecção de caixas-de-fósforos, outros, pintam para ninguém apreciar, outros escrevem para poucos lerem, outros dedicam-se a outras artes pouco reconhecidas, outros bebem até cair, outros jogam até perderem tudo, outros fumam umas passas para esquecer a vida e ganharem forças que não possuem. O que quero dizer é que o homem é muito propenso ao preenchimento do vazio ocupacional. Quem sabe para fugir a outros problemas e, através desta tarefa, esquecer a solidão que o mina por dentro ou quiçá a incapacidade que sente em resolver um assunto que o atrofia todos os dias?
 Voltando ao meu caso, que é, como já disse em cima, o vício de escrever, tento fazer dele algo de útil para a zona em que resido e trabalho. Tento ser o mais honesto possível naquilo que escrevo. Para além de ser minha obrigação –sem credibilidade não há aceitação-, procuro não ter problemas com ninguém. Basta ver o número de acções em tribunal contra jornalistas por difamação. Só por aqui, já se vê que caminho descalço sobre arame farpado. Em termos de defesa de posição, em caso de demanda, estou pior que um profissional das letras. Estes ainda têm um sindicato para os defenderem, eu não. Trabalho sem qualquer rede ou apoio. Daí a minha pergunta: valerá a pena continuar com isto?

3 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns!100.000!Vamos aos 200.000!(já pareço o Luís Filipe Vieira)
Se vale a pena?Vá por mim, que não sou ninguém(os zé ninguém têm sempre opinião imparcial e válida),vale sempre a pena,são 100 mil visitas,deve significar algo,caramba!
O que é engraçado é que o meu amigo,apesar de não ganhar nada com isto como refere,atingiu um ponto em que os leitores julgam ter o direito de lhe pedir para divulgar situações,reclamar,exigir espaço de antena,etc.Penso até que está na altura de criar o cargo de provedor do Questões.Luís o sr. deve estar orgulhoso do trabalho produzido aé agora,se fosse eu estaria.
Se a minha opinião conta para alguma coisa,vale a pena continuar.
PARABÈNS!
Marco

Jorge Neves disse...

Parabens amigo Luis, força a meter agua na ferverura, e panos quentes para acalmar a rapaziada, mas nunca deixe de separar a farinha, nem toda é do mesmo saco. Continue o bom trabalho que tem feito.
Abraço

Anónimo disse...

Ganda Luis
100000 é obra só revela o bom trabalho feito que tem de ter continuidade e vai certamente continuar com o mesmo vigor e empanho.
Estarei por ca para pagares uma bejeca quando chegar aos 200000.
Parabéns
Eduardo