quarta-feira, 14 de julho de 2010

UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)





Jorge Neves deixou um novo comentário na sua mensagem "COELHO CAÇADO...": 

Lamento mais este assalto. Mas também posso afirmar que a maioria dos assaltos nada tem haver com os toxicodependentes, não podem ser sempre eles a levarem com as culpas. Os toxicodependentes também frequentam o Continente, Forum e Dolce Vita, e não existem por lá assaltos como na Baixa, aliás a maioria dos toxicodependentes não tem arte nem engenho para assaltar uma loja comercial durante a noite.
Continuo a defender que devia ser feito um protocolo entre os comerciantes, CMC e ACIC, com uma empresa de vigilância privada para fazer rondas de forma sistemática na Centro Histórico. Garanto que trazia muita mais tranquilidade e menos custos.



******************************************************************










NOTA DO EDITOR:

 Começo por lhe agradecer por ter comentado, amigo Jorge. A seguir, só para ressalva, no texto não são apontados os toxicodependentes como autores materiais deste assalto. No entanto, e a talhe de foice, não sei se na maioria das intrusões a responsabilidade não cairá nestas pessoas viciadas em estupefacientes.
Ainda ontem, durante a noite, o quiosque da dona Helena, na Rua dos Oleiros, foi assaltado, por volta das 6 horas da manhã. Levaram-lhe dezenas de caixas de chicletes e chocolates. A verdade é que a comerciante acusa os seus vizinhos dependentes, a morarem ao lado no edifício da antiga Triunfo, de terem sido os autores do roubo.
 Continuando, devo dizer-lhe que no ano passado a APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, andou a fazer um convite aos comerciantes para, a troco de cerca de 10 euros por estabelecimento, contratar uma empresa da área da segurança e ser feita a vigilância nocturna. A verdade é que, segundo as declarações de Armindo Gaspar, presidente da APBC, foram menos de uma dúzia a adesão dos homens do comércio ao projecto.
Porque existem outras questões, temos de ver este problema da segurança sobre vários prismas:

1-Continua sem se saber para que valeu o investimento de cerca de 200 mil euros, por parte da autarquia de Coimbra, nas câmaras de videovigilância. Alguém deveria responder a esta interrogação. E não se pense que a pergunta não foi já formulada na Assembleia Municipal. Veja aqui. A verdade é que tudo continua na mesma, nesta inqualificável escandaleira local;

2-Os comerciantes não podem continuar a marimbarem-se para a segurança dos seus estabelecimentos. Ainda que a PSP seja responsável pela segurança pública, os homens do comércio, perante os continuados assaltos, não podem continuar a assobiar para o lado e apelarem à Virgem para que os salve. No mínimo, cada loja, deve fazer um investimento num alarme. Bem sei que o momento é de extrema gravidade para as finanças de cada um, mas, perante um arrombamento, o prejuízo é enorme e soma vários sistemas de alarme. O preço médio para um sistema ligado a uma central é de cerca de 400 euros e pagamento mensal de 33 euros;

3-É preciso declarar sem hipocrisia que uma grande maioria de comerciantes está completamente insolvente. No dia-a-dia, caminham no fio da navalha. Basta uma leve brisa para caírem quase todos como um castelo de cartas. É necessário não ter pejo em dizer que hoje os homens do comércio vivem hoje muito pior que os seus empregados. Eu sei do que falo –porque o sinto na pele, mas não tenho vergonha nenhuma de confessar que tenho dificuldades. Mas uma grande maioria de comerciantes, aqui do Centro Histórico, continuam a querer aparentar uma situação que é irreal. Querem a todo o custo tapar o Sol com a peneira. Têm vergonha de assumir que estão na miséria. Eu conheço vários casos. O grave, quanto a mim, é terem vergonha de arrogar esta pobreza. Ainda esta semana publiquei este texto no Diário de Coimbra, aqui. Pois sei, por recados recebidos, que muitos comerciantes não gostaram de ver a sua situação retratada no dia-a-dia. Acham que se deve ocultar o estado paupérrimo de indigência em que se encontram quase todos os trabalhadores assalariados e responsáveis pelo comércio.
E o problema de os mercadores de rua não apostarem na segurança tem também a ver essencialmente com o facto de estarem completamente descapitalizados.

**************************************************************

Jorge Neves deixou um novo comentário na sua mensagem "UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)": 


 Concordo com a maioria para não dizer a totalidade dos seus pontos amigo Luís.
Não digo que não existam assaltos na Baixa praticados por toxicodependentes, o que eu reitero é que a maioria deles não são praticados pelos mesmos. Gostava de saber se por acaso a PSP tem anotado ou referenciado como lhe queiram chamar, a última centena de moradores que se instalaram na Baixa da cidade, onde habitam em alguns casos 12 pessoas numa casa tipo T1 ( vi entrar para uma casa da Baixa 12 colchões).
Isto posso afirmar com toda a certeza, os actos ilícitos que os toxicodependentes da Baixa praticam, resumem-se praticamente ao arrombamento de carros na beira-rio, durante a noite e durante o dia, a "pequenos" roubos por esticão e algumas peças de fruta que se situam nas entradas das mercearias.
O Centro Histórico está deserto de jovens, tem "muitos" idosos e bastantes romenos, moldavos... 





2 comentários:

Jorge Neves disse...

Concordo com a maioria para não dizer a totalidade dos seus pontos amigo Luis.
Não digo que não existe assaltos na baixa praticados por toxicodependentes, o que eu digo é que a maioria deles não são praticados pelos mesmos. Gostava de saber se por acaso a PSP tem anotado ou referenciado como lhe queiram chamar, a ultima centena de moradores que se instalaram na Baixa da cidade, onde habitam em alguns casos 12 pessoas numa casa tipo T1( vi entrar para uma casa da baixa 12 colchões).
Isto posso afirmar com toda a certeza, os actos ilicitos que os toxicodependentes da baixa praticam, resumem-se praticamente ao arrombamento de carros na beira rio durante a noite e durante o dia a "pequenos" roubos por esticão e algumas peças de fruta que se situam nas entradas das mercearias.
A baixa está deserta de jovens, tem "muitos" idosos e bastantes romenos, moldavos...

Anónimo disse...

É de lamentar mais este assalto,já não bastam as dificuldades que os comerciantes passam.Concordo inteiramente com o Luís,principalmente quando refere a apatia dos proprietários na iniciativa da APBC do ano passado.Mas,o Jorge tem toda a razão quando diz que os toxicodependebtes não têm arte nem engenho para este tipo de crime.A maioria destes «desgraçados» limita-se a uns «esticões» e pequenos furtos(se é que o crime é mensurável).Técnicos que trabalham com este tipo de população referem-me que actuam com base em encomendas de presuntos,queijos,etc subtraidas em pequenas superficies comerciais.É como diz Jorge,não se pode arranjar um bode expiatório nos dependentes de estupefacientes.
Marco