Todos sabem que sempre que há um evento público na cidade, cortejo de estudantes, prova de atletismo, procissão ou outra qualquer manifestação, o trânsito automóvel é cortado sem planos prévios e de modo a colmatar os menores transtornos de todos e a urbe transforma-se num labirinto de saídas impossíveis. Sobretudo sem levar em conta os prejuízos económicos que podem advir para os automobilistas. Em decisão sem ponderação equitativa e tendo em conta as partes em confronto de interesses, é como se quem decide na secretaria tenha um apriorismo de que quem circula na estrada anda sistematicamente a passear de popó e os outros, os tomadores do asfalto pela reivindicação, cívica ou cultural, sem discussão, sejam os abençoados mensageiros da causa de todas as causas nobres. Por isso mesmo, em completo desrespeito pelos primeiros, os automobilistas, os segundos, de forma abusiva, arbitrária e discriminatória, ocupam o espaço público que é de todos. Nem vou contar as experiências em que tenho sido interveniente. Qualquer um de nós que conduza viatura já provou na carne estas decisões pouco ortodoxas e que nos fazem eriçar a pele pela injustiça latente. É como se sentíssemos que a cidade se coloca de cócoras perante o invasor.
E comecei a escrever esta crónica em face da indignação de Ermelinda Adelino, uma nossa munícipe da Baixa, por causa de um acontecimento recente e relacionado. Vamos ouvi-la: “no dia do último Cortejo da Latada, realizado em 22 do mês passado, terça-feira, entre a parte Alta e a Baixa da Cidade, exceptuando o transporte público, o trânsito automóvel particular foi interrompido na zona do Largo da Portagem e estava a ser desviado para a Ponte de Santa Clara. Eram cerca de 17h00. Como o transporte colectivo de passageiros estivesse a tardar, já que começava a fazer-se tarde para eu recolher o meu neto no colégio, em São José, tomei um táxi junto à Estação Nova e dei anotação ao motorista para seguir para a zona do Estádio. Seguíamos atrás de um autocarro. Para minha surpresa, nos semáforos da Portagem, sobre indicações de um agente da PSP, o veículo camarário seguiu e o carro de aluguer onde era transportada foi obrigado a cortar para a ponte sobre o Mondego. Acontece que, por acaso, só levava 5 euros. Ora em face das voltas que o automóvel de passageiros iria dar vi logo que iria ficar num mar de problemas e mandei encostar o táxi. Indaguei junto do cívico da razão de não podermos prosseguir a marcha atrás do autocarro. O agente, nitidamente agastado, sublinhou que por ali o táxi não passava. Tentei explicar a razão da minha pressa e de ter tomado aquele transporte pela necessidade. Perante a minha falta de paciência notada, o homem da farda replicou que eu fosse a pé. Voltei para a paragem de autocarros e, apesar da ansiedade e muita irritação, esperei. No autobus, enquanto percorria a distância que me separava do meu neto, comecei a interrogar-me se os táxis não seriam também considerados transportes públicos. Peguei no meu menino e, como passava ao lado da Esquadra da PSP, junto à Elísio de Moura, interroguei um agente: diga-me, que tipo de transporte é considerado um táxi? Ele respondeu: “transporte público!”.
Em juízo de valor e considerando as declarações desta cidadã, talvez o senhor Comandante da PSP de Coimbra devesse ponderar no sentido de informar os seus comandados na destrinça entre serviço público e privado e, já agora, sempre que houver interrupções de trânsito na cidade, também pensar na harmonização de interesses e de modo a escolher o mal menor para todos e não apenas para alguns.
E comecei a escrever esta crónica em face da indignação de Ermelinda Adelino, uma nossa munícipe da Baixa, por causa de um acontecimento recente e relacionado. Vamos ouvi-la: “no dia do último Cortejo da Latada, realizado em 22 do mês passado, terça-feira, entre a parte Alta e a Baixa da Cidade, exceptuando o transporte público, o trânsito automóvel particular foi interrompido na zona do Largo da Portagem e estava a ser desviado para a Ponte de Santa Clara. Eram cerca de 17h00. Como o transporte colectivo de passageiros estivesse a tardar, já que começava a fazer-se tarde para eu recolher o meu neto no colégio, em São José, tomei um táxi junto à Estação Nova e dei anotação ao motorista para seguir para a zona do Estádio. Seguíamos atrás de um autocarro. Para minha surpresa, nos semáforos da Portagem, sobre indicações de um agente da PSP, o veículo camarário seguiu e o carro de aluguer onde era transportada foi obrigado a cortar para a ponte sobre o Mondego. Acontece que, por acaso, só levava 5 euros. Ora em face das voltas que o automóvel de passageiros iria dar vi logo que iria ficar num mar de problemas e mandei encostar o táxi. Indaguei junto do cívico da razão de não podermos prosseguir a marcha atrás do autocarro. O agente, nitidamente agastado, sublinhou que por ali o táxi não passava. Tentei explicar a razão da minha pressa e de ter tomado aquele transporte pela necessidade. Perante a minha falta de paciência notada, o homem da farda replicou que eu fosse a pé. Voltei para a paragem de autocarros e, apesar da ansiedade e muita irritação, esperei. No autobus, enquanto percorria a distância que me separava do meu neto, comecei a interrogar-me se os táxis não seriam também considerados transportes públicos. Peguei no meu menino e, como passava ao lado da Esquadra da PSP, junto à Elísio de Moura, interroguei um agente: diga-me, que tipo de transporte é considerado um táxi? Ele respondeu: “transporte público!”.
Em juízo de valor e considerando as declarações desta cidadã, talvez o senhor Comandante da PSP de Coimbra devesse ponderar no sentido de informar os seus comandados na destrinça entre serviço público e privado e, já agora, sempre que houver interrupções de trânsito na cidade, também pensar na harmonização de interesses e de modo a escolher o mal menor para todos e não apenas para alguns.
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