Segundo a Notícias de Coimbra, aqui, “A Câmara Municipal de Coimbra quer
rescindir o acordo com a empresa que explora o Café Cartola. Notícias de
Coimbra sabe que na origem da resolução do contrato está o facto
da concessionária não pagar sistematicamente as rendas da concessão, com o
valor da divida a rondar os 100 000 Euros. Recordamos que a GoodVives, Lda, entidade que venceu o
concurso público promovido pela autarquia, se comprometeu a pagar mais de
15,000 Euros por mês. O assunto vai ser discutido na reunião do executivo
municipal marcada para a próxima segunda-feira.”
Não é para estar a malhar em ferro frio mas escrevi sobre este presumível desfecho em Setembro de 2012, aquando do lançamento e consignação do
concurso. Tal como escrevi à época, em face desta tragédia publicitada e
adivinhada, não seria altura de a autarquia alterar o procedimento nos
concursos públicos? Ou seja, em vez de aceitar propostas visando a maior
oferta, deveria estabelecer um preço justo para a exploração do negócio –tendo
em conta a renda paga pelo anterior concessionário. Em face deste resultado
alcançado, este montante deveria ser sugerido ao inquilino de muitos anos, no
caso de se ter verificado sempre cumprimento contratual da sua parte. Caso este
manifestasse desinteresse na nova renda, então sim, se convocaria novo concurso
e se aceitariam candidaturas. Depois de apreciadas, avaliando a seriedade da oferta,
deveria ser feito um sorteio em tômbola. Tudo clarinho como a água.
Actualmente, correndo atrás de
uma transparência cuja obsessão pela seriedade fere de morte os concursandos,
era bom que se arrepiasse caminho. É que corremos o risco de termos apenas
entre nós virgens imaculadas que nem para damas de companhia servem. A continuar
com as regras desta surreal competição, a edilidade, sendo entidade pública, comporta-se
como o mais vil especulador particular, sem levar em conta a desgraça que
causa, quer no concessionário, que deixando de ser considerado no negócio, quer
em pessoas que não possuem o mínimo de conhecimento no mercado actual. No fim
deste desastre anunciado, todos lavam as mãos, como Pilatos, como se nada
tivessem a ver com a calamidade provocada em várias famílias. Chega de tanta
irresponsabilidade!
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