quarta-feira, 6 de novembro de 2013

BAIXA: NÃO HÁ BANHO QUE SEMPRE DURE...

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 Nos últimos dias tem andado um cheiro desgraçado aqui pela Baixa. Por mais que se tente não se chega a uma conclusão. Vêem-se as pessoas de nariz no ar a “snif… snif” e nada! Isto está de tal modo a complicar a vida pachorrenta desta parte da cidade que não sei se ainda vai dar molho, como quem diz uns sopapos. Isto porquê? Porque vai uma pessoa descansada na rua, de repente, é invadido por um odor intenso a pútrido e o que é que pensa? É isso mesmo. Pensa, “ai o filho da mãe, que se descuidou e mandou para cima de mim os vapores que lhe fazem mal!”. É de supor até, se calhar, que os mais ousados encostem a cheiradeira ao rabiosque do passante. É ou não é? É também caso para adivinhar que alguns vão gostar e, provavelmente, num maneirismo sublinhado, até irão exclamar: “ai querido, encosta mais a tua saliência, que gosto tanto!”. Claro que nestas coisas da especulação barata uma pessoa nunca sabe nem onde começou nem onde acaba e poderemos perfeitamente antever que, nesta onda de suspeição que atravessa o Centro histórico, é mais que certo ver os “canitos” a levar com a consequência. Pior que tudo é o mal-estar que esta virulência vai causar no seio da matilha. Já estamos habituados a descarregar nestas pobres almas inocentes o peso da culpa - que até agora deixavam umas belas prendas em qualquer sítio das ruas estreitas e sempre sobre o beneplácito dos donos tão cuidadosos. Se virmos os pobres fieis-amigos a cheirar o rabiosque do congénere já sabemos que a causa já alastrou ao mundo animal.
É óbvio que, como sempre nestas coisas, o boato alastra como ondas imanadas de um cogumelo nuclear e lá vem aquelas frases cheias de convicção: “ este cheiro intenso provém de uma queimada que o Barbosa de Melo, anterior presidente da Câmara Municipal de Coimbra, está a fazer lá no seu quintal. Está a atirar para a fogueira toda e qualquer expectativa que tinha de vir a ser eleito e sentar-se na cadeira principal”.
Depois lá vem outro boateiro, ainda mais venenoso: “este cheiro a porcaria, às tantas, é o Providência, o anterior vereador do desporto, a queimar os outdoors com a sua imagem ali nos Campos do Bolhão. Já que, conforme se aparenta, perante o desaparecimento nas brumas do silêncio do titular da Casa Aninhas, o seu partido não quer saber mais nem da sua cara nem dos tapumes para nada. Por exemplo aquele no Largo da Portagem só vai ser retirado após uma petição pública na Internet”.
Mas isto é gente do pior, sempre prontos a cheirar no cu do próximo, salvo seja, como quem diz que estão sempre prontos a mandar ferroada no alheio, não sei se estarei a ser claro. E lá vem outro dizer que este fedor vem da Câmara Municipal. Diz este “embrulhadeiro” que é o Manuel Machado, o novo presidente da edilidade, que está a fazer uma fogueira e a queimar os vereadores em lume brando até lhes distribuir pelouros.
Vem outro e diz que o cheiro a queimado vem dos lados da Avenida Sá da Bandeira, do edifício da ACIC. Diz este má-língua que o actual presidente em exercício, Paulo Mendes, está a queimar a fotografia do anterior presidente Pina Prata, que se encontra no salão nobre daquela centenária associação industrial e comercial, e tudo o que tenha rasto desta outrora grande esperança no panorama político da cidade e agora criou um novo polo associativo ligado à AIP, Associação Industrial Portuguesa. Continua o mexeriqueiro: “tão amigos que eles eram. O que se teria passado para agora não se gramarem nem com molho de tomate e açúcar derretido em ponto?”
Quem conhece o trabalho de investigação deste blogue, mais propriamente o cheirar na bosta da jornalista para todo o serviço Rosete sempre em cima” -que por uma boa informação não hesita em deitar-se ao comprido, e se preciso for até ajoelhar e rezar, com o pior inimigo- deve saber que aqui não se dorme em serviço. E a gaja boa cá do jornaleco foi ver o que estava por detrás desta fragrância horrível que atravessa ruas largas e estreitas, becos e ruelas. E, tal como Felícia Cabrita da escola do jornalismo de Lisboa, acabou por descobrir: os banhos públicos do Rancho de Coimbra encerraram há semanas por denúncia da Associação Integrar, já que a autarquia não se chegava à frente. Portanto este perfume advém das largas dezenas de utentes daquele chuveiro comunitário e que agora olham para São Pedro para lhes mandar umas pinguinhas de chuva.

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