Para quem faz o favor de ler os disparates que escrevo aqui não será surpresa o que vou dizer: gosto muito do Diário de Coimbra (DC). Não é só aquele "gostar" assim como se gosta de uma camisa. É quase uma ligação entre a legítima e a amante -não sei se fui claro. Tenho razões para isso. Foi neste jornal que há mais de 30 anos, talvez para mostrar que tinha voz activa, comecei a escrever alguns textos de opinião. Hoje, quando vou ler alguns até fico arrepiado com a "catrafada" de erros. As vírgulas andam para ali perdidas ao deus dará, assim como Passos Coelho às voltas com o Orçamento Geral do Estado. Foi a escrever numa velha máquina -que ainda conservo- e enviando para o DC que aprendi verdadeiramente a compor -embora ainda com muitas gralhas à mistura.
Depois, nos últimos 15 anos, tive o grato prazer de privar muitas vezes com Adriano Lucas, o director "in memoriam, e recentemente desaparecido do nosso meio, e este facto ainda me aproximou mais do jornal. Mas mesmo nos amores eternos não quer dizer que não hajam conflitos. Muitas vezes quando não me publicam um texto, sobretudo quando considero pertinente e de objecto social -é raríssimo versar os meus problemas- não tenho nenhum escrúpulo em pôr-me em bicos de pés e chatear o director Adriano Callé Lucas, filho do fundador, outrora meu emérito amigo e que recordo com saudade.
E isto tudo, este palavreado porquê? Interrogará o leitor. Porque o título de hoje, em primeira página, "Andar de autocarro vai ser 5% mais caro", deixou-me um travo na boca, assim como tivesse bebido uma "zurrapa na tasca da dona Francelina. Não sei se estou a ser claro, mas, bolas!, não se anda de autocarro... viaja-se de autocarro. É ou não é? É certo que na gíria se diz "andar", mas não se deve escrever.
Bem sei que isto é um golpe palaciano, assim no género de o aluno querer ensinar o professor, mas o que se há-de fazer? Isto hoje é assim! Já não há respeito nenhum pelos mais velhos!
1 comentário:
As saudades que eu tenho de ler o diário de Coimbra....
beijinhos
Enviar um comentário