quinta-feira, 24 de novembro de 2011

HOJE O BLOGUE ESTÁ COM SERVIÇOS MÍNIMOS





 Boa tarde para todos os nossos leitores. Quem vos escreve nesta hora de paralisia interna é o director do blogue, Luís Fernandes. Certamente já se teriam apercebido que a produção jornalística hoje cá no jornaleco está muito aquém de outros dias, ditos normais. A razão, como já viram –tenho a certeza, porque os nossos leitores têm uma inteligência acima da média- é a Greve Geral.
Como liberal assumido até entendo que os funcionários públicos e outros privados façam greve. Estou de acordo, pronto! Agora, o que não me cai cá é o pessoal desta grande instituição, que se chama "Questões Nacionais", fazer greve. Estou fulo, pronto! É uma facada nas costas do meu desenfreado esforço. Bolas, eu até a dormir estou a pensar no jornal! E isto admite-se? Isto é alta-traição. Se estivéssemos em tempo de guerra estes gajos eram todos julgados em tribunal marcial.
Está bem, que já não recebem há mais de um ano, mas e depois? Isso é razão para me deixarem pendurado? É óbvio que não. Tenho a certeza que o leitor amigo estará completamente inclinado para o meu lado. Isto, estes bandalhos, são comunas! Ah pois são! Eu sempre suspeitei que eles eram vermelhos, e agora tenho mesmo a confirmação. Isto é gente que não conhece o pai. Deus nos livre! Mordem a mão que lhe dá o pão! São todos iguais!
Quem diria que até a minha Rosete, aquele outrora amor de pessoa virgem e imaculada, a quem eu ensinei tudo –tudo mesmo, tanto aqui nas lides jornalísticas como na cama, é verdade! Tantas vezes, em Dezembro, com chuva e frio danados e de corroer os ossos, eu saí de casa, lá do meu quentinho, com uma desculpa esfarrapada para a minha cara-metade, e fui ter com ela à pensão da Dona Isolinda. O esforço que eu fazia, eu seja ceguinho! A paga, estão ver?!
E até o director-adjunto, o António Quintans, em quem depositei tantas esperanças –assim do género de Ângelo Correia para Passos Coelho, não sei se estou a ser claro?!-, até este gajo me apunhala hoje e faz greve. Filho da mãe! Sempre vi nele o meu sucessor natural e dinástico cá no jornal. O que eu fiz por ele?! Até cheguei a ir com ele ali à Cacilda, aqui numa rua próxima, e que tem sempre boa carne e fresca. Como o animal é muito tímido, era eu que tratava das questões burocráticas e contratuais. É certo que o estropício levava uma e pagava duas –uma para cada um, não sei se estão acompanhar-, mas e depois? Lá sabe um gajo tímido o que custa enfrentar as feras fazendo de gabiru de peito erguido? Há lá dinheiro que pague uma coisa destas? Já se viram, por acaso, em frente de quatro mulheres, boas, boas e outra vez boas, em lingerie? Pois, aí é que está. Não viram –eu por acaso também não, mas isso não é para aqui chamado.
E o chefe de redacção, o Fernandes Quintans?! Alguma vez eu esperava uma coisa destas?! Um gajo destes a quem tenho feito tanto bem! Sempre que se chateia com a mulher, com quem acham que vai o tipo desabafar?! E a mulher dele? Claro, comigo. É óbvio. Já muita lágrima chorou ela no meu peito. Pois… pois! E a recompensa é esta. Faz-me greve, o cabrão! Onde é que isto já se viu?!
Até o editor-executivo, o António Fernandes, me tramou com esta falta ao trabalho. Tanto bem que lhe fiz. Palavra de honra! Tantas vezes me veio pedir uma nota para fazer face às despesas e eu, tolo, toca de emprestar –é certo que o gajo também não recebe ordenado há mais de um ano, mas isso é outra questão. Não tem nada a ver! É ou não é?! Cada coisa em seu lugar. Homessa!
Agora quem me deixou sem palavras foi o “Olho de Lince”! Eu seja morcão se alguma vez esperava uma destas deste fulano?! Fui eu que fiz do gajo um dos maiores fotógrafos a nível mundial –quer dizer, para mim, é o melhor deste mundo e do outro. Tantos conselhos lhe dei –pois, errei, os pareceres devem ser sempre pagos. Eu deveria ter adivinhado. Quando a minha intuição me dizia que o bronco andava a galar a minha Rosete, sempre desvalorizei. Quando ela me pôs à margem, e me enfeitou a cabeça, então vi logo que ali andava coisa. Mas eu sou uma pessoa bondosa, que querem?! Defeito meu! Continuei a considerá-lo na mesma. É certo que tentei que ele se despedisse, mas qual quê?! Argumentou que só ia embora se eu lhe pagasse tudo o que lhe devia. Como é que eu podia, se o meu dinheiro é como as castanhas deste ano –segundo se queixa a dona Adelaide, a maior e a mais antiga vendedeira de sempre- está todo podre, não vale uma pixota de burro –palavras da Dona Adelaide, juro!- e desaparece por entre os dedos.
(Está a tocar o telefone preto de baquelite, cuja campainha quando toca faz mais barulho que a semanada da Queima das Fitas no Choupalinho). Estão a ver? Se estou a escrever não posso atender o telefone. É lógico, é ou não é? E tudo por causa da Etelvina, a nossa telefonista para todo o serviço, que decidiu também aderir à greve. Eu alguma vez pensava que a Etelvina, a minha Etelvininha, me fazia uma coisa destas? O que eu tenho feito por esta mulher?! Sempre que está necessitada de “carinhos fundáveis” estou sempre disponível para ela. Eu já deveria ter desconfiado. As mulheres são mesmo assim. Servem-se de uma pessoa –não sei se já aconteceu com algum de vós. A Etelvina é mais esperta que a menina Efigénia –não devem conhecer, mora no 31 da minha rua- manipula quem quer. Quando ela começa a subir a saia, a mostrar aquela coxa que me faz elevar o sangue às têmporas, e começa a desabotoar dois botões da camiseta eu já sei que vai haver tempestade em terra. Tanto bem que eu lhe fiz ao longo dos últimos anos!
Já hoje liguei ao Arnaldo “Ver para além da opacidade”, também não me passou cartuxo. Nem o facto de ele trabalhar a recibo verde –quer dizer, castanho velho, assim de folha seca, porque já não recebe há mais de dois anos- evitou que viesse dar o corpo ao manifesto em prol do país –como diz o presidente da CIP. Cambada de comunas! É o que é?! Estes gajos são como o gás, entranham-se lentamente, instalam-se e fazem cama. A gente pensa que eles não estão cá, mas eles são como o Paulo Portas: estão em todas. Cambada de bandidos que eu arranjei para trabalhar comigo. Grevistas de uma fila!!
Estou furioso. Penso que dá para ver. Olhem que até o “Espírito do Carvalho” –o nosso especialista em questões transcendentais-, que até agora nunca me faltou, hoje, bem o convoquei na mesa de pé-de-galo, mas qual quê? Às tantas anda a atazanar, ou a acessorar, a cabeça do Carvalho da Silva.
Eu que me dane. Cá o velho é que tem de fazer tudo para que nada falte ao nosso estimado leitor. Quem é que pode com estes vermelhuscos?! Faz cá falta um Salazar –um não, uma dúzia, que agora, nesta rebaldaria, terão de ser muitos-, para levar isto ao sítio!!

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