Tal como no ano passado, mais uma vez, e contrariando uma tradição, o presépio de Cabral Antunes vai ser montado dentro dos paços do Concelho, na Praça 8 de Maio –relembro que esta medida preventiva veio na subsequência do furto da imagem do menino deitado, e, anteriormente, na destruição de outras imagens do conjunto natalício. Até há dois anos o presépio alegórico ao Natal foi sempre colocado junto às portas da autarquia.
Repetindo o que escrevi no ano passado, o que transversalmente estamos a assistir no país é um recuar perante a destruição de património colectivo. Ainda há dias foi noticiado que a Câmara Municipal da Mealhada mandou retirar todos os bustos em bronze das suas praças públicas.
A questão que se põe é até que ponto este retroceder do Estado perante o vandalismo crescente não é mais do que o fugir a um problema que precisa de solução imediata. Ou seja, é o colocar a nu, mostrar fragilidade e claudicar num campo onde está em causa a própria segurança interna –não podemos esquecer que o local público onde este presépio sempre foi colocado durante muitos anos está a cerca de 20 metros de uma esquadra de polícia, o que, a meu ver, torna esta fuga ainda mais ridícula.
Se assim continuar é dado por concluído que nada estará a salvo dos vândalos. É isto que se quer para o futuro?
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