Esta noite, cerca das 05h00, a Perfumaria Balvera, na Rua Eduardo Coelho foi assaltada. Salienta-se que em 13 de Outubro, último, sofreu também um assalto com os mesmos contornos e “modus operandi”. O método é levar uma carrinha mista até á porta da loja, um indivíduo fica ao volante, com o carro a funcionar, e um ou dois partem a porta de entrada em vidro e, depois lá dentro, quebrando os vidros das vitrinas expositoras, cada um com sua caixa, à braçada, enchem-na com as marcas mais caras e arrancam em fuga e a toda a velocidade. Tudo isto no tempo máximo de 3 a 5 minutos. Tudo indica que foram os mesmos salteadores. Segundo uma vizinha, “de certeza que eram os mesmo indivíduos, porque o método foi igual”. Segundo o relato de outra testemunha que pediu o anonimato, “deveriam ser 4h55 da manhã, estava acordado, foi quando ouvi passar um carro na Rua Eduardo Coelho. Pensei para mim: “um carro a esta hora? Bom, se calhar, devem ser os do lixo. Logo a seguir ouvi o alarme e não tive dúvidas, estava a haver mais um assalto. Do ponto onde resido não dava para ver, mas calculei que fosse a Balvera. Um minuto depois, às 04h56, estava a ligar para o 112. Como moro num primeiro andar, desci em pijama e coloquei-me abrigado numa esquina. Imediatamente vieram agentes da PSP –que não deveriam ter demorado muito mais do que 4 minutos. Disse-lhes que me parecia que a carrinha ainda lá deveria estar. Porém, debalde. Enquanto desci do primeiro-andar, os assaltantes destruíram e levaram o que quiseram e fugiram. Isto não deveria ter demorado mais de três minutos”, enfatizou o residente.
Consegui saber também que a carrinha utilizada foi furtada numa firma de pneus, em Oleiros.
COINCIDÊNCIAS
Para além de tudo indicar terem sido os mesmos gatunos que em 13 de Outubro, último, fizeram o mesmo, há pontos que nos deixam a pensar, sobretudo o facto de nesta última segunda-feira ter sido feita a reposição de várias caixas com marcas caras e que tinham desaparecido no assalto do mês passado. Coincidência? É provável.
Outra ainda, segundo a Helena, funcionária de muitos anos da Balvera, deixa sempre os vidros das vitrinas abertas. Ora, desta vez e tal como da outra, dentro da loja há um rasto de destruição, quase como se houvesse intenção de provocar os maiores danos possíveis. Coincidência? Talvez.
Outra infeliz coincidência será o facto de há uma semana todo o chão em madeira de piso flutuante da loja ter sido substituído –também pelos danos causados pelos vidros no ultimo roubo- e agora, mais uma vez, ter ficado em estado miserável.
Outra coincidência infeliz. Há um mês atrás, aquando do mesmo facto, falei com o dono da Balvera. Dizia-me este proprietário, com ar compungido, que era lamentável ter pedido à Câmara Municipal de Coimbra para colocar umas grades exteriores no estabelecimento e esta autarquia nunca lhe ter respondido. Ora veja-se a infelicidade: hoje estava programado a colocação de grades interiores na loja.
PARA ONDE VÃO OS PERFUMES?
Segundo a Helena, a funcionária, de olhos embargados pela dor, mais uma vez os intrusos foram direitos aos perfumes mais caros. “Repare que eles não levaram estas caixas de tratamento, que custam mais de 200 euros. Eles só querem mesmo os perfumes”.
Ora, perante estes continuados assaltos será difícil de adivinhar para onde irão ser vendidos estas essências bem cheirosas? Dá-me a parecer que não.
E AS CÂMARAS DE VIDEOVIGILÂNCIA?
Mais uma vez ficou provado que o investimento feito nas câmaras de videovigilância, e em que foram gastos cerca de 150 mil euros pelo anterior presidente da edilidade, Carlos Encarnação, para além do efeito preventivo, para pouco serve. A sua eficácia é diminuta uma vez que apenas detecta a entrada dos veículos e não alcança o interior das ruas estreitas.
De qualquer modo, e uma vez que o dinheiro já foi gasto, há pelo menos uma forma de conter este tipo de assaltos. Bastava, para tanto, que a autarquia mandasse levantar os pinos de acesso ao Centro Histórico durante a noite e distribuísse cartões aos comerciantes e moradores. Saliento também que estes pinos, que foram obra de Manuel Machado e anterior precedente de Encarnação e custaram em 1999 cerca de 16 mil contos, 80 mil euros ao erário público, são mais uns “elefantes brancos” que praticamente hoje não servem para nada. Ao menos que se lhe dê uma utilização em salvaguarda do pequeno comércio. É que, como tudo indica, este tipo de assaltos irão aumentar, então era bom que se prevenisse em vez de remediar. E antes que estas lojas, que já estão tão vulneráveis encerrem de vez, como me dizia o dono da Balvera há um mês atrás.
(TEXTO ENVIADO À CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA)
(TEXTO ENVIADO À CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA)
Sem comentários:
Enviar um comentário