Se a música alimenta a alma, um som de violino alegra a vida. E foi nessa busca que parei junto da executante que hoje, à hora do almoço, na Rua Visconde da Luz, tornava menos monótona e entediante aquela artéria principal da Baixa.
É a Cristina Lopes que do seu violino retira gemidos de anjo. Então, conte-me, o que faz aqui? Não costumo vê-la por cá, interrogo.
-Pois não –responde-me- hoje é o segundo dia do início desta minha nova empreitada. Sou aluna do Conservatório de Música de Coimbra. Então, como estou com dificuldades financeiras, pedi uma licença na câmara e comecei a tocar aqui na rua. Vou estar aqui até ao fim de Dezembro”.
-E como é que está ser a experiência em termos de contacto com as pessoas?
-Muito bem. Muito bom! As pessoas são muito agradáveis. Têm-me ajudado muito. É que, sabe, tocar na rua não é fácil, sobretudo pela primeira vez. Sinto-me muito nervosa. Não é fácil, acredite. O que me está a valer é a compreensão dos transeuntes. Até parece que adivinham que preciso de conforto e de carinho. Olham para mim e sorriem. É uma maravilha, acredita?...
-E em termos monetários, está a ser bom?
-Sabe que, como deve calcular, não tenho histórico que me sirva de referência, no entanto o pouco que me estão a ajudar é para mim incentivador. É muito bom! Aproveito para agradecer a quem, ontem e hoje, contribuiu monetariamente, ou mesmo com um sorriso. Estou-lhes muito grata. Obrigada, do fundo do coração”, enfatiza a Cristina Lopes.
1 comentário:
Parei para ouvir, sem duvida que as notas musicais eram excelentes, não contribui, mas vou contribuir.Ter de tocar na rua para poder continuar a estudar é um enorme acto de coragem.
Enviar um comentário