sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A ROMARIA DE SANTO AMARO





 Começa hoje, lá para a tardinha, quando o Sol se começar a pôr lá longe no horizonte, a Romaria de Santo Amaro e irá prolongar-se até Domingo. Como em anos anteriores é organizada pelo Grupo Etnográfico de Assafarge.
Esta peregrinação popular perde-se nos confins do tempo. Sabe-se que este santo é protector de todos os caminheiros. Dentro da ermida de Santo Amaro permanecem muitas réplicas de membros humanos, inferiores e superiores, pernas e braços, em cera, para oferecer ao padroeiros dos viajantes.
A pequena capela de Santo Amaro, como torre de vigia, foi construída há mais de um século no monte mais elevado da freguesia de Assafarge. Situa-se nos Carvalhais de Cima. Como quase todas as capelas em honra do santo, há uma predisposição para o arredondado. Ou seja, o santuário está no centro de um largo terreiro, onde, certamente, desde antanho, à sua volta se estabeleceriam os tendeiros mercadores com venda de louças e outros artefactos populares.
As Romarias são –ou foram, porque hoje há um forte pendor paganístico- peregrinações religiosas feitas por pessoas, ou romeiros, a uma igreja onde habitualmente estará uma imagem do santo, para pagamento de promessas. Estes caminhantes, ao deslocarem-se de longas distâncias, vinham pessoalmente, a pé, apoiados num cajado de madeira, constituindo, nessa forma pedonal e representativa, uma humildade e um desapego às coisas materiais e demonstrativo de um esforço físico, necessário nestas formas de agradecimento espiritual. Poderia acontecer também, como hoje, tal viagem ser apenas por devoção e respeito à imagem sagrada.
Se nunca visitou o Santo Amaro, aqui a dois passos de Coimbra, faça-o neste fim-de-semana. Siga em direcção a Condeixa. Depois de passar o hotel Dom Luís, a mais ou menos quinhentos metros à frente, encontrará uma placa do lado direito que anuncia “Carvalhais/Assafarge. Siga as placas. A mil metros, mais à frente, encontra a sinalética a indicar “Santo Amaro”. É fácil e muito perto da cidade. Falamos de seis quilómetros entre o monte e o Largo da Portagem.

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