sábado, 28 de agosto de 2010

"FALECEU O ÚLTIMO LATOEIRO DA REGIÃO"


(IMAGEM DA WEB)



 Ao ler no Diário as Beiras de hoje uma sentida carta de Marco Cruz sobre o recente desaparecimento de Manuel Antunes, o “Ti Luís Latoeiro”, não posso deixar de me associar à dor expressada nesta “carta da semana”, publicada no diário da cidade.
 Conheci o “Ti Luís Latoeiro” há cerca de uns 15 anos, quando lhe adquiri uma série de miniaturas em “folha de flandres”, a vulgar lata, como a conhecemos, numa feira de artesanato na Praça do Comércio. A partir daí, quando nos encontrávamos, falávamos sempre. Como diz Marco Cruz na carta ao jornal, este artesão faleceu esta semana. Deixa em nós um vazio muito grande, não só pelas suas elevadas qualidades enquanto homem, mas também e sobretudo porque era talvez mesmo o último latoeiro vivo, e que agora se finou.
Já muito falei aqui das profissões em desaparecimento e que as autarquias numa displicência atroz, num desprezo pelo saber de antanho, não ligam peva. Qualquer dia não há quem ensine estas nobres artes aos vindouros. Já propus à Câmara de Coimbra que se preocupasse com estes mesteres antigos, já apresentei à autarquia da Mealhada, nenhuma delas me respondeu sequer. Como tolo, em lamúria de disco gravado, vou continuando a lembrar que é preciso fazer alguma coisa, quanto mais não seja pela memória do “Ti Luís Latoeiro”.

Sem comentários: