(IMAGEM DA WEB)
Ele ontem tratou de te agredir,
anteriormente foste tu a magoar,
conta-me o porquê desse ferir,
essa necessidade de humilhar;
Lembras-te quando o amavas,
e num terno olhar de enleio,
fruto de amor, o abraçavas,
como o vento toca o centeio?;
Explica-me como se muda tanto,
se passa de um prado de alegria
para um rio de escolhos e pranto,
para onde foi o sentimento, Maria?;
Os corações bradam por vingança,
sente-se o ódio no vosso olhar,
cada palavra dita é uma lança,
capaz de ferir, lancinante, e matar;
Onde está a memória daquele abraço,
naquela hora de desespero sem sorte,
que foi feito da recordação, do laço,
para agora, inimigos, quererem morte?;
E o Manel, o Zé, o Tó, os vossos filhos,
será que nada contaram nessa estrada,
teriam sido apenas objectos, cadilhos,
frutos silvestres em árvore amaldiçoada?;
Porque teimam em lembrar só a agressão,
não pensam no melhor que juntos viveram,
poderão lembrar aquela viagem de afeição,
aquele pôr-do-sol e os carinhos que envolveram?;
Para onde foi o respeito e a humanidade,
aquelas promessas ditas na igreja a orar,
onde estão os sentimentos de humildade,
para onde foram os beijos de amor ao acordar?
1 comentário:
Li que "a felicidade não deixa memória", porque são as adversidades que nos fazem "puxar pela cabeça" e, como tal, ficam gravadas no cérebro para futura referência...
Vem este poema lindo mas tristemente verdadeiro dar um exemplo disso...
Que existam muitas excepções à regra!!!
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