sábado, 7 de agosto de 2010

ANDORINHA QUE VOAS NO CÉU


(IMAGEM DA WEB)



Ando de beiral em beiral,
dividida em solidão,
sou andorinha amoral,
mas tenho bom coração,
pode até parecer mal,
sei que me absolverão,
serei  culpada? Sou animal,
tenho no peito uma adição,
Sol ardente, raios em bacanal,
como se fosse uma aflição,
que me transforma em boçal,
ouço música de acordeão,
a salpicar um milheiral,
estou sozinha, sem afeição,
quero um sorriso angelical,
um olhar em forma de abanão,
talvez um abraço acidental,
dois beijos me bastarão,
uma carícia seria fenomenal,
um brilho na noite, um clarão,
esvoaçar de melro sobre o arrozal,
náufrago que avista embarcação,
esperança renascida, artesanal,
batida na bigorna de aldeão,
máscara afivelada caricatural,
em rosto mesclado de perdão,
só quero uma praia, um areal,
porto de abrigo para embarcação,
rio sem escolhos, sem caudal,
afinal, um futuro de abstracção,
sou andorinha temperamental,
pássaro nefelibata de arribação.



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