quinta-feira, 8 de julho de 2010

BOM DIA PESSOAL...

(IMAGEM DA WEB)



 Olá maralhal! Então, como é que estão? Olhando mais especificamente para si nem me parece muito mal. Está a sorrir, não está? Espero que não seja da minha cara de “deslambido”! Ah…já sei! Você está feliz, porque logo vai vestido de anjinho na procissão da Rainha Santa. Pois, é isso sim. Eu vi logo! Você é mais um daqueles que está a escrever um longo rol para logo apresentar à santa. Está bem, faça isso, até porque, segundo o senhor António Rebelo, que é vice-presidente da Confraria da Rainha Santa Isabel –não sei se conhece, eu por acaso não!-, em declarações ao Diário as Beiras de hoje, cá no povoado, diz que “prevê-se uma grande assistência, sobretudo devido aos momentos de crise que atravessamos. As pessoas, nestas fases mais críticas, recorrem ao auxílio da Rainha Santa. (…) As pessoas procuram a Rainha Santa pelos mais diversos motivos. Nós ouvimos as súplicas das pessoas enquanto passa a procissão, em alguns casos de uma forma comovente. Por exemplo, o caso de uma mãe que pede à Rainha Santa para libertar o filho da droga; a outra que pede a reconciliação da filha com o genro; a sogra que pede um parto feliz e sem complicações para a nora…”.
 Prossegue o senhor vice-presidente para os milagres da santa, “São expectativas altas, desde logo pelo momento de crise que atravessamos, os problemas de desemprego, as dificuldades económicas”.
Mais à frente, ainda no Diário as Beiras, é que me deixa confuso. Diz o seguinte; “Há sempre por aí, felizmente, nesse mundo, muitas Rainhas Santas desconhecidas e que passam despercebidas aos meios de comunicação social. (…) Cada um de nós pode ser uma Rainha Santa. Basta, para tal, que tenhamos força de vontade e, sobretudo, nos momentos difíceis, uma adesão incondicional ao espírito de comunicação, de solidariedade e de partilha, se pensarmos mais nos outros, designadamente, nos mais carenciados, não em termos materiais, mas também afectivos”.
Ora, perante as declarações do senhor António, como vê, está tudo previsto. Mas, não leve a mal, juro-lhe por todos os santos que não é “cusquice”, mas o que é que vai pedir à santa? Hum…por esse sorriso matreiro…deixe-me adivinhar…vai pedir uma mulher nova? Pode ser, a sua Etelvina já virou o conta-quilómetros, e a coisa já não vai lá nem substituindo o motor…ai não é isso? Então…então? Vai pedir à Rainha Santa para mandar calar o Mário Soares…é isso, não é? Realmente, porque é que o Sócrates, projectando-se no exemplo do Rei de Espanha, não se vira para o avozinho e lhe diz, não naquele “espanhoportês” em que o nosso primeiro é mestre, mas podia ser, por exemplo, em mirandês: “por que não te calas?”.
Ai também não é isso? Então? Fosca-se, hoje estou mesmo naqueles dias que não dou uma “p’ra” caixa de previdência. Já sei…vai pedir força no barrote, já que um caminheiro que já muito caminhou já pouco pode dar a quem sempre aldrabou. Também não é isso? Pois é, se calhar, vou mas é pedir auxílio ao senhor António, da Confraria, que me ajude a compreender humanos como você. É boa ideia, não acha? E sei lá, quem sabe eu não possa ser uma Rainha Santa, no masculino? Eu sei lá! As coisas, cá pelo meu lado, estão cada vez pior. Todos os dias penso em mudar de negócio…Santo…Santo…até acho que me assentava bem. Mas, aviso já, não queria procissões. E mais ainda: para cada pedido, naturalmente, teria de corresponder uma taxa com valor proporcional ao milagre. Ah…pois! Acabava logo com esta rebaldaria. Que é isso de pedir este mundo e o outro e, em troca, apenas ajoelhar quando passa o andor da Rainha? “Nã…Nã”…comigo, para esta gratuitidade não contem. Aviso já! 
Razão tinha o ministro de Sócrates quando dizia que não há almoços grátis. Ah pois! Brincamos ó quê? Não admira que o povo esteja habituado a pedinchar e a mamar na teta do Estado: os santos habituam-nos mal…

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